Como fazer respeitar uma tradição de que nos orgulhamos?
Através da lei. Como impor a lei a alguém que descaradamente a desafia, usando
o truque da liberdade religiosa. Fazendo cumprir a lei com bom senso, ou seja,
com proporcionalidade, mas fazendo-a cumprir! Sem rodeios, sem medos nem
vinganças. Às vezes o dinheiro é um excelente aliado…
Ocasionalmente, ontem, li uma curiosa notícia suíça, onde é
tradição os alunos corresponderem ao cumprimento dos seus professores. Sinal de
respeito e educação, esta tradição há muito foi assimilada por todos aqueles
que estudam em território helvético.
Recentemente dois adolescentes muçulmanos recusaram
cumprimentar uma professora, dizendo que a sua religião os impedia de estabelecer
contacto físico com pessoas do sexo oposto, com exceção de membros da família.
Apanhada de surpresa, a escola reagiu com habilidosa cobardia:
os alunos ficavam dispensados de cumprimentar professores de ambos os sexos. Só
que as autoridades suíças não estiveram dispostas a fazer de conta e resolveram
intervir em defesa das suas tradições, dos seus valores, da sua honra.
Os meninos recusam-se a apertar a mão à professora invocando
a sua religião? Pois bem, recusem, mas isso terá consequências – uma multa de
cinco mil francos (4500 euros), aplicada aos pais ou encarregados de educação,
cujos filhos se recusem a cumprimentar os seus professores - decidiram as
autoridades do cantão de Basileia.
Rápida, eficaz e autoritária quanto baste. Os suíços
interpretam e defendem com rigor as tradições e não se intimidam perante
atitudes desafiadoras dos islâmicos. Expulsá-los seria exagerado e
desproporcionado; levantar uma discussão sem fim seria inglório, ineficaz e
pouco suíço; instituir uma multa que é bem capaz de ser o equivalente ao
ordenado de um dos pais destes adolescentes põe aqueles desafiadores das boas
tradições suíças no seu sítio. Podem residir na Suíça; podem manter-se
escrupulosos seguidores das leis islâmicas in stricto sensu, mas isso vai
custar-lhes dinheiro. Rapidamente se perceberá que não estão para tal sacrifício
e a religião deixará de funcionar como álibi para a sua atitude provocatória.
Fazer cumprir a Tradição e a Lei é também uma atitude de
inteligência e coragem perante os múltiplos desafios e provocações com que
outros povos e religiões nos confrontam a cada passo.
GAVB
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