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segunda-feira, 9 de maio de 2016

EUROPA: O MELHOR SÍTIO DO MUNDO PARA VIVER


A Europa é antes de mais um conceito geográfico. As barreiras naturais (oceano, mar, montes) definem um espaço privilegiado e único onde todos querem viver.
Este critério geográfico tem sido desvalorizado, mas não perdeu importância, pois acaba por ser evocado como critério de exclusão quando países situados nas cercanias da Europa pretendem aceder a uma família muito elitista.
Ao longo dos séculos, a Europa habituou-se a liderar as evoluções do planeta e da espécie humana. As incursões dos europeus por outros continentes sempre foram perspectivadas como um marcar posição/estatuto das várias nações europeias entre si e não como uma filantrópica tentativa de fazer evoluir outras latitudes.

Os europeus quase sempre olharam o resto do mundo como a despensa onde se abasteciam, enriqueciam ou melhoravam a sua qualidade de vida.
Rapidamente, os povos que habitam a Europa encontraram os seus valores matriciais: democracia, liberdade de expressão, desenvolvimento industrial e tecnológico, valorização cultural, economia de mercado. Tudo isto foi feito com o alto patrocínio do cristianismo, ora mais liberal ora mais ortodoxo.
A evolução económica acentuou as diferenças de nível de vida entre povos; o crescimento cultural abriu a Europa ao resto do mundo através de uma cultura de tolerância. Década após década, foram chegando ao velho continente os melhores de África, da Ásia, da América. Vinham porque eram excecionais: artistas, desportistas, cientistas, empreendedores, académicos. De preferência brancos, porque a Europa ainda é muito preconceituosa, apesar de não o admitir.

No final do século XX, a extraordinária evolução comunicativa expôs o modus vivendi europeu ao mundo e o mundo quis possuí-lo, mas a Europa achou péssima ideia. Inventou leis, ergueu barreiras, ateou fantasmas terroristas. Tudo serve para impedir a invasão de africanos, asiáticos ou sul-americanos. E vem ao de cima os preconceitos bem escondido pelo verniz da cultura: a cor, a religião, a pobreza.
O melhor local do mundo para viver não é para qualquer um, sobretudo se este um não tiver uma conta bancária que o justifique. 
Quando os africanos, os asiáticos ou os sul-americanos chegam à Europa percebem logo que, afinal, os europeus não evoluíram assim tanto em relação ao tempo em que os tratavam como escravos ou cidadãos de segunda. Entristecem-se com o materialismo que domina a mentalidade europeia, mas não têm alternativa. É na Europa que está a paz, a prosperidade e a liberdade.

Gabriel Vilas Boas 

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