A Europa é antes de mais um conceito
geográfico. As barreiras naturais (oceano, mar, montes) definem um espaço
privilegiado e único onde todos querem viver.
Este critério geográfico tem sido
desvalorizado, mas não perdeu importância, pois acaba por ser evocado como
critério de exclusão quando países situados nas cercanias da Europa pretendem
aceder a uma família muito elitista.
Ao longo dos séculos, a Europa habituou-se
a liderar as evoluções do planeta e da espécie humana. As incursões dos
europeus por outros continentes sempre foram perspectivadas como um marcar
posição/estatuto das várias nações europeias entre si e não como uma
filantrópica tentativa de fazer evoluir outras latitudes.
Os europeus quase sempre olharam o resto
do mundo como a despensa onde se abasteciam, enriqueciam ou melhoravam a sua
qualidade de vida.
Rapidamente, os povos que habitam a Europa
encontraram os seus valores matriciais: democracia, liberdade de expressão,
desenvolvimento industrial e tecnológico, valorização cultural, economia de
mercado. Tudo isto foi feito com o alto patrocínio do cristianismo, ora mais
liberal ora mais ortodoxo.
A evolução económica acentuou as
diferenças de nível de vida entre povos; o crescimento cultural abriu a Europa
ao resto do mundo através de uma cultura de tolerância. Década após década,
foram chegando ao velho continente os melhores de África, da Ásia, da América.
Vinham porque eram excecionais: artistas, desportistas, cientistas,
empreendedores, académicos. De preferência brancos, porque a Europa ainda é muito
preconceituosa, apesar de não o admitir.
No final do século XX, a extraordinária
evolução comunicativa expôs o modus
vivendi europeu ao mundo e o mundo quis possuí-lo, mas a Europa achou péssima
ideia. Inventou leis, ergueu barreiras, ateou fantasmas terroristas. Tudo serve
para impedir a invasão de africanos, asiáticos ou sul-americanos. E vem ao de
cima os preconceitos bem escondido pelo verniz da cultura: a cor, a religião, a
pobreza.
O melhor local do mundo para viver não é
para qualquer um, sobretudo se este um não tiver uma conta bancária que o
justifique.
Quando os africanos, os asiáticos ou os sul-americanos chegam à Europa
percebem logo que, afinal, os europeus não evoluíram assim tanto em relação ao
tempo em que os tratavam como escravos ou cidadãos de segunda. Entristecem-se
com o materialismo que domina a mentalidade europeia, mas não têm alternativa.
É na Europa que está a paz, a prosperidade e a liberdade.
Gabriel Vilas Boas
O SUSSESSO ESTÁ EM MANTERMO-NOS UNIDOS...
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