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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

OS CONTRASTES DO MUNDO VISTOS DO CÉU


Hoje proponho-vos um olhar calmo sobre duas fotografias aéreas de duas “aldeias”: uma no Chade, no coração de África e outra em Brondby, arredores da Copenhaga, capital da Dinamarca, um dos países mais ricos do mundo.
Vale a pena apreciar o contraste e absorver alguma informação circunstancial sobre cada uma delas. Mais importante do que aceitar os contrastes de que o mundo é feito, talvez seja compreendê-los. Curiosamente, ambas as aldeias organizam-se em forma circular, mas talvez seja a única coisa comum. Ah, há outra: ambas são habitadas por seres humanos e, apesar de tudo, isso ainda é o mais importante!

ALDEIA NA MARGEM SETENTRIONAL DO LAGO CHADE
As ilhas que salpicam o norte do lago Chade acolhem as casotas dos Budumas, um nome evocativo que significa “homem dos caniços” na língua Kanembou. Os Budumas são apenas uma das duzentas de etnias que povoam o Chade, um país dilacerado pela oposição entre o Norte de maioria «árabe» e muçulmana e o sul «negro», onde coabitam cristãos e animistas. Desde de meados dos anos sessenta do século passado, esta clivagem tem alimentado a luta permanente pelo controlo de uma nação com fronteiras aleatórias – herança da colonização francesa. Se é verdade que a ditadura claramente assumida de Hissène Habré fez quarenta mil vítimas civis (!!!) entre 1962 e a 1990, não é menos verdade que o atual  Presidente Ibriss Déby, eleito democraticamente, continua a esmagar os inimigos do poder. Em 1996, a Amnistia Internacional relatava que a tortura era prática corrente no Chade.
No início do terceiro milénio praticava-se a tortura elétrica em 40 países, os golpes nas plantas dos pés e a asfixia parcial em 30 países e os simulacros de execução em mais de 50 países.

ALDEAMENTO EM BRONDBY
Com o intuito de conciliar o ordenamento dos espaços, segurança e conforto, os aldeamentos de Brondby, a sudoeste de Copenhaga, foram construídos em círculos perfeitos, onde cada proprietário tem ao seu dispor uma parcela de 400 m2. Este tipo de bairro residencial, de grande funcionalidade, está em constante desenvolvimento na periferia dos grandes centros urbanos e de emprego.
Devido à expansão industrial, ao carácter atrativo das cidades e ao próprio crescimento dos grandes aglomerados populacionais, o número de citadinos aumentou mais de 15% nos últimos 50 anos e a tendência mantém-se.

Cerca de metade da população do planeta vive atualmente nos meios urbanos. Prevê-se que em 2025, existam no mundo 25 conurbações, cada uma com uma população entre os 7 e os 25 milhões de habitantes. Três quartos dos mil milhões de citadinos do planeta previstos para 2025 estarão nos países do sul.

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