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domingo, 31 de janeiro de 2016

ALGO VAI MAL NA REINO DA DINAMARCA


Como um soco de gelo que te magoa a alma profundamente, a notícia de que a Dinamarca aprovou uma lei que confisca os bens aos refugiados que neste frio inverno lhe pedem asilo atingiu a minha confiança na bondade da humanidade.
A ideia dinamarquesa é desnecessária, desumana, incompreensível e sinistra. Traz-me à memória imediatamente o ritual nazi nos campos de concentração, quando os judeus chegavam para ser sugado até ao tutano antes de serem asfixiados nas câmaras de gás.

A lei dinamarquesa viola várias convenções internacionais, mas acima de tudo achincalha a dignidade daquelas pessoas que atravessaram toda a europa para pedir asilo e ajuda aos dinamarqueses. Se não querem dar asilo ou ajudar àquela gente que foge das bombas do Estado Islâmico e do carniceiro Bashar al-Assad, negam-no e pronto. Escusam de submeter esta gente que é gente como eles a mais uma humilhação, como se a matassem aos bocadinhos, fazendo-a descrer por completo de uma europa humanizada que viam na internet.

Acham mesmo que os sírios atravessaram toda europa, atolados de objetos de ouro e títulos do tesouro em bancos suíços, para “sacar” um subsídio dinamarquês de 1300 euros? O dinheiro que trazem, que pode ser algum, tem de ser administrado por longos meses ou anos e não pode nem deve ser entregue como caução. Que ajuda humanitária é esta que exige pagamento antecipado como se se estivesse em qualquer check-in de um hotel?
Andamos décadas a gabar o equilíbrio nórdico, a sua organização, a maneira como sensatamente distribui a riqueza pelos seus cidadãos para depois aparecer uma lei destas, onde revelam enorme e cruel desumanidade? É certo que os dinamarqueses, suecos ou noruegueses nunca foram um modelo de calor humano, mas “isto” só está ao alcance de corações negros e xenófobos como o do húngaro Viktor Orbán ou o do americano Donald Trump.
Neva imenso nos corações humanos e na Dinamarca eles petrificaram.    

Gabriel Vilas Boas

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

OS CONTRASTES DO MUNDO VISTOS DO CÉU


Hoje proponho-vos um olhar calmo sobre duas fotografias aéreas de duas “aldeias”: uma no Chade, no coração de África e outra em Brondby, arredores da Copenhaga, capital da Dinamarca, um dos países mais ricos do mundo.
Vale a pena apreciar o contraste e absorver alguma informação circunstancial sobre cada uma delas. Mais importante do que aceitar os contrastes de que o mundo é feito, talvez seja compreendê-los. Curiosamente, ambas as aldeias organizam-se em forma circular, mas talvez seja a única coisa comum. Ah, há outra: ambas são habitadas por seres humanos e, apesar de tudo, isso ainda é o mais importante!

ALDEIA NA MARGEM SETENTRIONAL DO LAGO CHADE
As ilhas que salpicam o norte do lago Chade acolhem as casotas dos Budumas, um nome evocativo que significa “homem dos caniços” na língua Kanembou. Os Budumas são apenas uma das duzentas de etnias que povoam o Chade, um país dilacerado pela oposição entre o Norte de maioria «árabe» e muçulmana e o sul «negro», onde coabitam cristãos e animistas. Desde de meados dos anos sessenta do século passado, esta clivagem tem alimentado a luta permanente pelo controlo de uma nação com fronteiras aleatórias – herança da colonização francesa. Se é verdade que a ditadura claramente assumida de Hissène Habré fez quarenta mil vítimas civis (!!!) entre 1962 e a 1990, não é menos verdade que o atual  Presidente Ibriss Déby, eleito democraticamente, continua a esmagar os inimigos do poder. Em 1996, a Amnistia Internacional relatava que a tortura era prática corrente no Chade.
No início do terceiro milénio praticava-se a tortura elétrica em 40 países, os golpes nas plantas dos pés e a asfixia parcial em 30 países e os simulacros de execução em mais de 50 países.

ALDEAMENTO EM BRONDBY
Com o intuito de conciliar o ordenamento dos espaços, segurança e conforto, os aldeamentos de Brondby, a sudoeste de Copenhaga, foram construídos em círculos perfeitos, onde cada proprietário tem ao seu dispor uma parcela de 400 m2. Este tipo de bairro residencial, de grande funcionalidade, está em constante desenvolvimento na periferia dos grandes centros urbanos e de emprego.
Devido à expansão industrial, ao carácter atrativo das cidades e ao próprio crescimento dos grandes aglomerados populacionais, o número de citadinos aumentou mais de 15% nos últimos 50 anos e a tendência mantém-se.

Cerca de metade da população do planeta vive atualmente nos meios urbanos. Prevê-se que em 2025, existam no mundo 25 conurbações, cada uma com uma população entre os 7 e os 25 milhões de habitantes. Três quartos dos mil milhões de citadinos do planeta previstos para 2025 estarão nos países do sul.