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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

ZAZ, "Je Veux"


Zaz é uma provocadora. Quem ouve esta cantora francesa que gosta tanto de jazz como de interpelar a realidade e provocar o nosso comodismo, sente aquela aragem jovem que pronuncia grandes cometimentos.
Zaz entrou-nos no ouvido há cinco anos como aquele belíssimo “Je veux” e nunca mais saiu da minha memória afetiva.
Zaz tem a paixão idealista dos europeus, a beleza sedutora das francesas, a garra da juventude que devora o mundo numa ânsia de o mudar.
A mais bela canção Isabelle Gefroy é mesmo “Je veux”. O melhor é indubitavelmente a letra. Afirmativa desde o título, a canção de Zaz conquistou-me pela força do seu refrão:

Je Veux d'l'amour, d'la joie, de la bonne humeur
c'n'est pas votre argent qui f'ra mon bonheur, moi
j'veux crever la main sur le coeur (papalapapapala)
allons ensemble, découvrir ma liberté, oubliez donc
tous vos clichés, bienvenue dans ma réalité


É ele que nos guia ao essencial da mensagem da cantora francesa: são o amor e a alegria que nos trazem a felicidade e não qualquer prazer ou luxo que o dinheiro possa comprar.
Outro elemento fundamental de “Je veux” é o ritmo. Há algo de afro na composição de Zaz. O olhar provocante e desafiador da francesa parece convidar a uma dança sensual, mas apenas quer dizer que a vida é bela e extraordinária quando nos deixamos apaixonar por objetivos grandiosos como o amor, a paz, a liberdade, a alegria de viver.

E por incrível que pareça, esta é uma proposta subversiva, pois habituámo-nos ao convencionalismo formal e hipócrita do politicamente correto. Talvez por isso ela fale com ironia em “Jén ai marre d´vos bonnes manières”, porque pressente que elas são falsas e rejeita-as: “Finie l´hypocrisie moi, j´me casse de là”.
É fácil ir atrás de uma beleza tão persuasiva e desafiante, mas Zaz é muito mais que o belo canto da sereia, ela é a força vital de um mundo que não se acomoda nem se demite de lutar pela liberdade pela paz.
“Allons esemble découvrir ma liberte, oubliez donc tous vos clichés, bienvenue dans ma réalité”.
Gabriel Vilas Boas


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