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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

MINOTAURO E ÉGUA MORTA DIANTE DE UMA GRUTA, de Pablo Picasso


A obra de Picasso relacionava-se muitas vezes com a sua vida particular. Depois da sua mulher Olga o ter deixado e de descobrir que a sua amante estava grávida, Picasso escreveu poesia surrealista durante uns nove meses.
Depois, em Março de 1936 visitou Juan-les-Pins, na Riviera francesa, regressando com desenhos de cenas fantásticas representando Minotauros. Para Picasso, o monstro com cabeça de touro era um símbolo da natureza dualista do homem e aqui representa a luxúria e a brutalidade. Embora a gentileza dos seus olhos e o sorriso sejam estranhamente afetuosos, o monstro segura um cavalo despedaçado pelas suas próprias mãos e estende um abraço enorme na direção de uma rapariga com um véu – que o fixa estarrecida.  
À esquerda, outro par de mãos estendidas, implorando, sai da escuridão de uma gruta. Perturbado pelos acontecimentos em Espanha, que mais tarde levariam à deflagração da guerra civil, este quadro era uma alegoria privada para o artista.
O elemento-chave desta composição pictórica é obviamente o Minotauro. O feroz Minotauro foi concebido quando Pasífae, mulher do Rei Minos de Creta, acasalou com um touro. Tem corpo de homem e cabeça de touro e era mantido no labirinto de Creta para onde, de nove em nove anos, sete jovens e sete donzelas eram mandados em sacrifício. Finalmente, o herói Teseu ofereceu-se voluntariamente como vítima e matou a besta, tendo escapado da ferocidade do animal com a ajuda de um rolo de fio fornecido pela filha de Minos, Ariadne.
Nesta pintura, a criatura representa instintos animais, tais como a luxúria.


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