A obra de Picasso relacionava-se muitas vezes com a sua vida particular. Depois da sua mulher Olga o ter deixado e de descobrir que a sua amante estava grávida, Picasso escreveu poesia surrealista durante uns nove meses.
Depois, em Março de
1936 visitou Juan-les-Pins, na Riviera francesa, regressando com desenhos de
cenas fantásticas representando Minotauros. Para Picasso, o monstro com cabeça
de touro era um símbolo da natureza dualista do homem e aqui representa a
luxúria e a brutalidade. Embora a gentileza dos seus olhos e o sorriso sejam
estranhamente afetuosos, o monstro segura um cavalo despedaçado pelas suas
próprias mãos e estende um abraço enorme na direção de uma rapariga com um véu
– que o fixa estarrecida.
À esquerda, outro par
de mãos estendidas, implorando, sai da escuridão de uma gruta. Perturbado pelos
acontecimentos em Espanha, que mais tarde levariam à deflagração da guerra
civil, este quadro era uma alegoria privada para o artista.
O elemento-chave desta
composição pictórica é obviamente o Minotauro. O feroz Minotauro foi concebido
quando Pasífae, mulher do Rei Minos de Creta, acasalou com um touro. Tem corpo
de homem e cabeça de touro e era mantido no labirinto de Creta para onde, de
nove em nove anos, sete jovens e sete donzelas eram mandados em sacrifício.
Finalmente, o herói Teseu ofereceu-se voluntariamente como vítima e matou a
besta, tendo escapado da ferocidade do animal com a ajuda de um rolo de fio
fornecido pela filha de Minos, Ariadne.
Nesta pintura, a
criatura representa instintos animais, tais como a luxúria.
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