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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

BANIF – THE WORST CHRISTMAS GIFT


Titulo em Inglês porque é difícil encontrar em português palavras que traduzam toda a minha raiva, revolta, indignação com mais este roubo que nos fazem. Mais 2,2 mil milhões de euros! Se somarmos os 5,5 mil milhões do BPN, os 3,9 mil milhões do BES, obtemos a estratosférica quantia de 11,6 mil milhões de euros. Só para quem tenha dificuldades com os números, isto equivale a 116 vezes 100 milhões de euros. O Banif foi vendido por 150 milhões… Os portugueses já se endividaram em mais de 80 Banif’s nos últimos seis anos. Já imaginaram quanto a nossa economia podia ter crescido, quanto os salários podiam ter aumentado, quantos impostos não teriam sido necessários pagar? Acham mesmo que é o povo, que ganha 500 euros ou 800 ou mil euros,  que anda a viver acima das suas possibilidades? Acham mesmo que temos assim tanto um problema de contas públicas? Esta dívida foi feita pelos privados mas assumida pelo Estado.

Não me venham com conversa fiada: quem fez perder este dinheiro na banca privada fê-lo, de algum modo, de maneira consciente. Ninguém se deixa afundar tanto e tão irremediavelmente por engano, por acaso, por azar. A banca portuguesa foi lamentável, afundou o país e levou a maioria do povo para a miséria. Só o BPI se salvou desta vergonha miserável que custa a alguns o prato da comida, a outros o estudo dos filhos, a todos um viver sem sobressalto económico.
Os governos, os ministros, o banco de Portugal, a Troika também não saem ilesos desta culpa. Foram coniventes com os poderosos, deixaram andar, pois sabiam que no final havia a solução de sempre: pedia-se mais um mil milhões (sim, mil milhões porque se há coisa em que somos enormes é no tamanho das dívidas, apesar dos bancos serem quase insignificantes) ao bancos estrangeiros até estes se fartarem e duvidarem da nossa capacidade para lhes pagarmos os… juros, que não a dívida.

Foi o que aconteceu ontem, novamente. Fazem todos “aquela cara de enterro”, lamentam imenso, mas quem paga somos nós. A classe política portuguesa sabe que em Portugal não nascem “Ciudadamus” ou “Podemos” que estoirem de vez com este ridículo medinho de mexer com os eternos vampiros dos parcos recursos nacionais. Em última análise, pagaremos durante trinta anos a nossa falta de coragem, a nossa conivência com este sistema corrupto que nos conhece tão bem, ao ponto de explorar na perfeição os nossos preconceitos políticos, sociais, ideológicos.

Chegamos a um ponto em que denunciar não chega. É um pouco como aquele médico que só faz o diagnóstico. É preciso aplicar a cura: banir todos aqueles que nos trouxeram até este estado miserável, punir as mentes brilhantes que nos ludibriaram tão pomposamente. Podem dizer-me que isso não nos trará de volta o dinheiro, pois este voou para longe. Talvez… mas servirá de exemplo para que não tentem novamente humilhar-nos.
Quem não se dá ao respeito só pode esperar que lhe faltem ao respeito!

Gabriel Vilas Boas

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