Titulo em Inglês porque
é difícil encontrar em português palavras que traduzam toda a minha raiva,
revolta, indignação com mais este roubo que nos fazem. Mais 2,2 mil milhões de
euros! Se somarmos os 5,5 mil milhões do BPN, os 3,9 mil milhões do BES,
obtemos a estratosférica quantia de 11,6 mil milhões de euros. Só para quem
tenha dificuldades com os números, isto equivale a 116 vezes 100 milhões de
euros. O Banif foi vendido por 150 milhões… Os portugueses já se endividaram em
mais de 80 Banif’s nos últimos seis anos. Já imaginaram quanto a nossa
economia podia ter crescido, quanto os salários podiam ter aumentado, quantos
impostos não teriam sido necessários pagar? Acham mesmo que é o povo, que ganha
500 euros ou 800 ou mil euros, que anda a viver acima das suas possibilidades?
Acham mesmo que temos assim tanto um problema de contas públicas? Esta dívida
foi feita pelos privados mas assumida pelo Estado.
Não me venham com
conversa fiada: quem fez perder este dinheiro na banca privada fê-lo, de algum
modo, de maneira consciente. Ninguém se deixa afundar tanto e tão
irremediavelmente por engano, por acaso, por azar. A banca portuguesa foi
lamentável, afundou o país e levou a maioria do povo para a miséria. Só o BPI se
salvou desta vergonha miserável que custa a alguns o prato da comida, a outros
o estudo dos filhos, a todos um viver sem sobressalto económico.
Os governos, os
ministros, o banco de Portugal, a Troika também não saem ilesos desta culpa.
Foram coniventes com os poderosos, deixaram andar, pois sabiam que no final
havia a solução de sempre: pedia-se mais um mil milhões (sim, mil
milhões porque se há coisa em que somos enormes é no tamanho das dívidas, apesar
dos bancos serem quase insignificantes) ao bancos estrangeiros até estes se
fartarem e duvidarem da nossa capacidade para lhes pagarmos os… juros, que não
a dívida.
Foi o que aconteceu
ontem, novamente. Fazem todos “aquela cara de enterro”, lamentam imenso, mas
quem paga somos nós. A classe política portuguesa sabe que em Portugal não
nascem “Ciudadamus” ou “Podemos” que estoirem de vez com este ridículo medinho
de mexer com os eternos vampiros dos parcos recursos nacionais. Em última
análise, pagaremos durante trinta anos a nossa falta de coragem, a nossa
conivência com este sistema corrupto que nos conhece tão bem, ao ponto de
explorar na perfeição os nossos preconceitos políticos, sociais, ideológicos.
Chegamos a um ponto em
que denunciar não chega. É um pouco como aquele médico que só faz o diagnóstico.
É preciso aplicar a cura: banir todos aqueles que nos trouxeram até este
estado miserável, punir as mentes brilhantes que nos ludibriaram tão
pomposamente. Podem dizer-me que isso não nos trará de volta o dinheiro, pois
este voou para longe. Talvez… mas servirá de exemplo para que não tentem novamente humilhar-nos.
Quem não se dá ao
respeito só pode esperar que lhe faltem ao respeito!
Gabriel Vilas Boas
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