A década de cinquenta
do século passado foi inequivocamente a década dourada de Marlon Brando. Cinco
nomeações, um Óscar. Depois de andar três anos a prometer, a Academia cumpriu
em 1954, quando premiou o polémico ator com o Óscar de Melhor Ator Principal,
pela sua interpretação em “Há Lodo no Cais”.
Marlon é ainda hoje dos
mais controversos atores da história do cinema. Foi o ídolo da sua geração, o
mito dos rebeldes sem causa. Por eles, recusou o Óscar em 1972, surpreendendo a
América e o Mundo.
“Ele é um anjo como
homem e um monstro como ator”. Foi assim que Bertolucci definiu Marlon Brando,
depois de o ter dirigido no célebre filme erótico “O Último Tango em Paris”,
que Brando protagonizou com Maria Schneider em 1973.
Marlon nunca foi
brando. Símbolo de uma nova geração atores, rebelde e inconformado, Marlon
Brando dividiu a sociedade conformista dos anos 50. Para os mais novos era o
emblema da beat generation, para os
mais velhos era uma ameaça social.
Senhor de um talento e
versatilidade ímpares, foi na representação de personagens brutais que mais se
destacou como na pele do violento Stanley Kowalsky em Um Elétrico Chamado Desejo (1951) que lhe valeu uma nomeação para
Óscar.
“Há Lodo no Cais”
(1954), de Elia Kazan foi o seu primeiro grande momento de glória, depois dos
ameaços do já citado “Um Elétrico Chamado Desejo”, “Viva Zapata” (1952), Júlio
César (1953).
Na década de sessenta
Marlon Brando tentou a sua sorte como realizador, mas as suas primeiras incursões
não foram bem-sucedidas. O mesmo aconteceu na sua vida privada, onde três
casamentos terminaram em três divórcios. Por outro lado acentuava-se a ideia de
que Marlon Brando era um ator temperamental com quem era difícil trabalhar.
Mas o ator nascido no
Nebraska deu a volta por cima e regressou em grande estilo na década de
setenta. Além de ter participado no polémico “”O Último Tango em Paris”, foi O Padrinho, 1972, de Francis Ford Coppola
que lhe deu o tal Óscar recusado em protesto contra os maus tratos infligidos
aos seus amigos índios.
Logo depois, Brando
preferiu uma vida de ócio no Tahiti (comprou uma ilha onde residiu até perto do fim), para
fugir a mais atribulação dentro da sua vida sentimental. Muitos dos seus últimos
filmes fê-los apenas para ganhar dinheiro, embora quase sempre lhe oferecessem papéis
de destaque como o diabólico Kurtz em Apocalipse
Now, outra obra de Coppola dominada pelo génio do ator.
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