O rei Eduardo II de
Inglaterra, muito malvisto pela nobreza devido à alegada relação homossexual com
Piers Gaveston e às suas derrotas militares na Escócia, foi deposto em janeiro
de 1327 por Roger Mortimer, conde de March, com a ajuda de Isabella, a amante
de Mortimer e mulher francesa de Eduardo.
Com o seu filho de 14
anos, Eduardo III, no trono, sob a regência de Mortimer, constou que Eduardo II
morreu a 21 de setembro de 1327, quando estava preso no Castelo de Berkeley, em
Gloucestershire.
Os relatos medievais da
primeira parte do século XIV dizem que “Roger Mortimer enviou ordens sobre a
maneira como o rei devia ser morto. Quando viram a carta e a ordem,
mostraram-se simpáticos com o rei Eduardo à hora do jantar, para que o rei não
soubesse nada da sua traição. E quando ele foi para a cama e adormeceu, os
traidores dirigiram-se sem fazer barulho aos seus aposentos, pousaram uma mesa
grande sobre a barriga do rei e com a ajuda de outros homens comprimiram-no….
Enfiaram-lhe um longo chifre no ânus, tão fundo quanto possível e pegaram num
espeto de cobre incandescente, espetaram-lho no corpo e revolveram-lhe as entranhas.
E assim mataram o seu senhor e nada se soube.”
Mortimer e Isabella |
Visto aos olhos de
qualquer época ou de qualquer mentalidade, estamos perante um ato cruel e
ignóbil, que mancha de pecado e malvadez qualquer reinado.
Vários reinados de
nobres povos ficaram marcados por atos como este. A História dos grandes é
também feita de muita treva.
Gabriel Vilas Boas
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