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terça-feira, 8 de setembro de 2015

ATENA E O CENTAURO, de Sandro Botticelli


Atena (Minerva, mitologia romana) era a deusa da Guerra e da Sabedoria e protetora das artes. Nesta pintura de 1480, Botticelli representa-a num estilo particularmente provocatório, em que as suas curvas são realçadas pelo vestido transparente. Segura na mão esquerda uma alabarda (machado), símbolo do seu atributo enquanto deusa da Guerra, e além disso pode ser identificada pelos ramos de oliveira que lhe enfeitam o cabelo e as vestes (Atena criou a oliveira quando competia com Neptuno pela cidade de Atenas, à qual deu o seu nome).
O centauro, meio homem e meio animal, recua enquanto a deusa se inclina para ele e brinca gentilmente com o seu cabelo. Ele parece estar em sofrimento, talvez porque a civilizada Atena o tornou consciente da sua vileza.
Os anéis encadeados no vestido de Atena são um emblema da família Medici de Florença – Pierfrancesco de Medici encomendou a pintura bem como duas outras obras de Botticelli: A Primavera e Nascimento de Vénus.
O Centauro é o elemento-chave desta pintura. Esta criatura mitológica tinha tronco, braços e cabeça de homem, com corpo e pernas de cavalo.
Considerados como a representação do aspeto animal da humanidade, dizia-se que os centauros eram originários da antiga Tessália, provavelmente, porque os seus habitantes eram conhecidos por ser excelentes cavaleiros. O seu comportamento era muitas vezes selvagem e agreste e o centauro Nesso tentou mesmo violar a mulher de Hércules – uma cena representada por Piero di Cosimo em Cenas do Homem Primitivo.
O único centauro civilizado era Quíron, cuja forma híbrida resultou da união entre a ninfa Fílira com Saturno. Quíron era um mestre sensato, especialmente nos campos da música e da medicina, e educou muitos heróis clássicos como Aquiles e Jasão. Hércules provocou a morte do deste centauro quando Quíron o recebia. Inadvertidamente, Hércules lançou uma flecha envenenada ao joelho de Quíron. Em grande dor, Quíron pediu aos deuses que lhe retirassem a imortalidade e, armado de um arco e flechas, transformou-se na constelação de Sagitário.

Outra história que envolve os Centauros é a famosa batalha entre os Centauros e os Lápitas, durante o casamento de Píritoo e Hipodamia. Os Lápitas tinham convidado os Centauros, mas quando o feroz centauro Êurito pôs os olhos em cima da noiva, arrastou-a pelo cabelo. Os outros centauros fizeram o mesmo com as raparigas que puderam encontrar. Então Teseu atacou os centauros por conta de Píritoo, seguindo-se uma luta sangrenta em que metade dos centauros foi chacinada e os restantes expulsos. As famosas esculturas do Pártenon, em Atenas, representam essa luta violenta entre a civilização e a barbárie. 

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