Atena (Minerva,
mitologia romana) era a deusa da Guerra e da Sabedoria e protetora das artes.
Nesta pintura de 1480, Botticelli representa-a num estilo particularmente
provocatório, em que as suas curvas são realçadas pelo vestido transparente.
Segura na mão esquerda uma alabarda (machado), símbolo do seu atributo enquanto
deusa da Guerra, e além disso pode ser identificada pelos ramos de oliveira que
lhe enfeitam o cabelo e as vestes (Atena criou a oliveira quando competia com
Neptuno pela cidade de Atenas, à qual deu o seu nome).
O centauro, meio homem
e meio animal, recua enquanto a deusa se inclina para ele e brinca gentilmente
com o seu cabelo. Ele parece estar em sofrimento, talvez porque a civilizada Atena o tornou consciente da sua vileza.
Os anéis encadeados no
vestido de Atena são um emblema da família Medici de Florença – Pierfrancesco de
Medici encomendou a pintura bem como duas outras obras de Botticelli: A Primavera e Nascimento de Vénus.
O Centauro é o
elemento-chave desta pintura. Esta criatura mitológica tinha tronco, braços e
cabeça de homem, com corpo e pernas de cavalo.
Considerados como a
representação do aspeto animal da humanidade, dizia-se que os centauros eram
originários da antiga Tessália, provavelmente, porque os seus habitantes eram
conhecidos por ser excelentes cavaleiros. O seu comportamento era muitas vezes
selvagem e agreste e o centauro Nesso tentou mesmo violar a mulher de Hércules –
uma cena representada por Piero di Cosimo em Cenas do Homem Primitivo.
O único centauro civilizado
era Quíron, cuja forma híbrida resultou da união entre a ninfa Fílira com
Saturno. Quíron era um mestre sensato, especialmente nos campos da música e da
medicina, e educou muitos heróis clássicos como Aquiles e Jasão. Hércules
provocou a morte do deste centauro quando Quíron o recebia. Inadvertidamente,
Hércules lançou uma flecha envenenada ao joelho de Quíron. Em grande dor,
Quíron pediu aos deuses que lhe retirassem a imortalidade e, armado de um arco
e flechas, transformou-se na constelação de Sagitário.
Outra história que
envolve os Centauros é a famosa batalha entre os Centauros e os Lápitas,
durante o casamento de Píritoo e Hipodamia. Os Lápitas tinham convidado os Centauros, mas quando o feroz centauro Êurito pôs os olhos em cima da noiva,
arrastou-a pelo cabelo. Os outros centauros fizeram o mesmo com as raparigas
que puderam encontrar. Então Teseu atacou os centauros por conta de Píritoo,
seguindo-se uma luta sangrenta em que metade dos centauros foi chacinada e os
restantes expulsos. As famosas esculturas do Pártenon, em Atenas, representam
essa luta violenta entre a civilização e a barbárie.
ótimo
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