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terça-feira, 15 de setembro de 2015

AGATHA CHRISTIE


“Eis a melhor receita para um romance policial: um detetive nunca deve saber mais que o leitor.” – Agatha Christie

Se fosse viva, a britânica Agatha Christie completaria hoje 125 anos de vida. Não seria impossível nem tão prodigioso como a fama que alcançou durante todo o século XX, em que se tornou a rainha do romance policial.
Agatha Christie protagonizou uma vida de aparente recato, mas tão cheias de peripécias, aventuras e algum mistério como algumas das suas histórias. O que mais impressiona na longa vida literária da autora inglesa é a imensa legião de fãs que granjeou em mais de uma centena de países, onde vendeu mais de 4 mil milhões de livros. Agatha Christie é a romancista mais lida em todo o mundo!
Donde vem tanta fama? Agatha Christie escreve romances policiais de uma maneira sublime. O romance policial excita a mente, cria no leitor o prazer da descoberta e da leitura, desafia constantemente. E a autora inglesa soube explorar muito bem os vários subgéneros que o romance policial permite.


Além de uma trabalhadora incansável (chegou a escrever um livro em três dias), a criadora de Miss Marple tirou enorme partido de todas as suas experiências, nomeadamente das viagens que fez com o seu segundo marido, Max Mallowan, nas suas diversas viagens arqueológicas.
Agatha Christie recebe influências de diversos autores, como John Milton, Alexandre Dumas, Jane Austen, Lewis Carroll, mas o seu favorito era, sem dúvida, Charles Dickens. Outra figura incontornável da sua biblioteca foi Conan Doyle, o criador da mítica figura do detetive Sherlock Holmes. No entanto, Agatha Christie superou em fama e popularidade qualquer um deles ao criar o famoso detetive belga Hercule Poirot. Meticuloso, ordenado, amante de objetos aos pares, extremamente inteligente, o belga era conhecido e amado por leitores e espetadores pelo uso das suas “celulazinhas cinzentas”.

Ao lado de Poirot, Agatha Christie fez crescer outra heroína dos romances policiais, a solteirona Miss Marple. Jane era uma detetive amadora, nada viajada, mas muito astuta, que resolvia todos os seus crimes e mistérios usando apenas o conhecimento da natureza humana.
Além de Poirot e Jane Marple, a autora de “Um Crime no Expresso no Oriente” produziu outros heróis da investigação como o casal Tomy e Tuppence; Parker Pyne e Ariadne Oliver. O crime e o mistério eram o coração da sua trama, que normalmente se passava em aldeias ou pequenas vilas inglesas e contava quase sempre com a presença de um médico.
Além de romancista, Agatha Christie foi também contista, poeta e dramaturga. Ainda que as suas peças teatrais tenham alcançado algum êxito, são as histórias policiais que lhe granjearam a fama que levou a rainha de Inglaterra a atribuir-lhe o título de “Dama” em 1971. Entre os seus maiores êxitos destaco “O Caso dos Dez Negrinhos”, “O Assassino de Roger Ackroyd” e o já citado “Um Crime no Expresso do Oriente”, que vendeu mais de três milhões de cópias e foi transposto para o cinema em 1974 pelo realizador Sidney Lumet. O êxito foi semelhante ao do livro, o que permitiu a Ingrid Bergman arrecadar o Óscar de Melhor Atriz Secundária.
Ler Agatha Christie nunca é uma obrigação, mas um prazer que rapidamente se transforma num vício bom.

Gabriel Vilas Boas

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