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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O TRIUNFO DE GALATEIA, DE RAFAEL

Rafael, um dos maiores génios da pintura renascentista italiana, teve uma breve, mas grandiosa carreira. As suas obras destacavam-se pela perfeição e suavidade. Pintou vários temas. Hoje destaco a obra “Triunfo da Galateia”, de 1511, onde aborda o fascinante mundo das lendas e mitos clássicos.
Nesta pintura, Galateia é a representada quando vai a fugir do monstro Polifemo (que se vê num fresco à esquerda da peça) numa concha gigante equipada com pás de rodas e puxada por golfinhos.
 Por cima dela voam quatro Putti (rapazinhos alados, também conhecidos por amorettos ou “pequenos Cupidos”. Os putti podem aparecer como anjos ou querubins em pinturas religiosas, ou acrescentar uma nota humorística a pinturas seculares. Muitas vezes acompanham Vénus) e à sua volta tritões e nereides (ninfas marinhas) brincam nas ondas.

Esta obra foi pintada numa loggia aberta da villa, pertencente ao abastado banqueiro papal Agostino Chigi, sobranceira ao rio Tibre em Roma.
A cena do quadro pretende refletir a vista que da loggia se abria sobre o rio. A villa era igualmente celebrada pelas suas festas e Rafael encontrava-se geralmente entre os convidados. O pintor tinha uma grande paixão por mulheres e aparentemente morreu em consequência da excessiva entrega a paixões.

A figura de Galateia representa o triunfo do amor platónico sobre o amor carnal, aqui representado por tritões e sereias. Estas são vítimas dos disparos dos pequenos cupidos, que os enchem de grande prazer sensual.
 Galateia adota um pose serpenteante, que destaca o longo e belo cabelo loiro ao vento sob um manto vermelho de Pompeia. Este manto vermelho que cobre Galateia é um ponto focal da composição e contrasta com os tons azuis do mar.
Esta composição de Rafael reflete um trabalho anatómico admirável do pintor italiano na pintura das diversas personagens, criando movimento e ação. Cada personagem aparece nas mais variadas posições sem que o todo perca graça ou elegância. Os corpos são apertados e há rotação sem que a naturalidade seja sacrificada.

Gabriel Vilas Boas  

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