Glória suprema de
Londres, a Catedral de São Paulo é um monumento ao génio humano.
Sir Christopher Wren
criou três desenhos para a sua nova catedral. No entanto, os dois primeiros
foram rejeitados e a catedral atual ostenta apenas uma ligeira semelhança com o
terceiro.
Construída maioritariamente
com pedra de Portland, esta catedral londrina contém inúmeras idiossincrasias –
dois dos seus traços mais familiares, por exemplo, são enganadores. As paredes
exteriores revelam dois andares distintos, mas o de cima é falso, servindo
apenas para esconder os botaréus que suportam as abóbadas altas. Por outro
lado, a cúpula icónica – que coroa o exterior da catedral – não corresponde à
abóbada interior, que está posicionada muito abaixo, para efeito estético.
Para a construção deste
monumento religioso em Ludgate Hill (Londres), o arquiteto Wren precisou de
trinta e cinco anos (1675-1710) e de grandes artistas e artesãos que trabalharam
no edifício. Talvez os mais conhecidos hoje sejam Grilling Gibbons (responsável
pela carpintaria); Francis Bird, que esculpiu o grande frontão ocidental, sir
James Thornhill, que pintou a vida de São Paulo no interior da cúpula.
O interior está
praticamente como Wren o deixou. Os vitorianos adicionaram apenas algumas
janelas de vitrais e mosaicos decorativos no teto, no coro e sobre os arcos
principais da abóbada, mas estes fundem-se bem com a conceção grandiosa do
arquiteto inglês.
Christopher Wren já
tinha sido o responsável pela construção de edifícios famosos
como o Sheldonian Theatre, em Oxford, e a Capela de Pembroke College, em
Cambridge.
Na catedral de São
Paulo, este arquiteto inglês escolhe a forma e estrutura básicas da catedral
medieval, com duas torres ocidentais, uma nave comprida, uma encruzilhada
central sobre a qual se ergue uma torre (cúpula) e um coro. A esta base
estrutural medieval, sir Wren soube acrescentar detalhes e um estilo
arquitetónico do “Barroco Inglês” renascentista. Esta combinação criada pelo
famoso arquiteto inglês resultou plenamente, por isso podemos admirar desde há três séculos uma obra extraordinária
desde o pormenor ao plano geral.
Devemos começar a
observação cuidada logo pela fachada ocidental, com as suas colunas gigantes.
Por cima delas, temos o frontão ocidental, onde foi esculpida “A Conversão de
São Paulo”, um dos melhores exemplares da escultura barroca da Grã-Bretanha. A
Torre sudoeste alberga o relógio da catedral e contém o Great Paul, ou seja, o
maior sino das ilhas britânicas, com 16,5 toneladas. Na encruzilhada central
ergue-se nova torre com a sua cúpula de em madeira e chumbo, que parece suportar
a claraboia de pedra sobre a qual se ergue. No seu interior a abóbada é
adornada com oito pinturas monocromáticas de S. Paulo. Ainda na torre da cúpula
podemos entrar nas galerias dos sussurros, onde um pequeno sussurro num lado da
galeria pode ser ouvido do outro lado, apesar de estarmos a uma altura de mais
de trinta metros.
A Catedral onde está
enterrado Lord Nelson tem, no seu centro, a famosa encruzilhada, que foi
projetada como auditório para a pregação de sermões. A nave é um espaço longo e
propositadamente vazio, construído para acomodar procissões e grandes
congregações, contém muitos memoriais de famosos. Um dos famosos que está
enterrado na cripta desta catedral londrina é o Duque de Wellington. À procissão
do seu funeral, em 1852, assistiram um milhão de pessoas.
Depois de analisadas a
nave e a encruzilhada, o visitante deve virar a sua atenção para o coro, que se
estende para leste a partir da encruzilhada. É lá que está o altar-mor, o
cadeirado para o clero e o órgão. Foi aí que Carlos e Diana se uniram pelo
matrimónio em 29 de julho de 1981, o que fez com que a Catedral de São Paulo
ainda ganhasse mais visitantes do que já tinha.
Há três séculos a
catedral de São Paulo custou aos ingleses oitenta e sete milhões de libras, o
que corresponderia hoje a cem milhões de euros. Um valor gigantesco mas absolutamente
condizente com a imponência, o cuidado arquitetónico e a simbologia que encerra
para todos os britânicos.
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