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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

ESCOLA DE ATENAS, de Rafael


Rafael foi um pintor e arquiteto italiano cujas obras encarnam o protótipo do renascimento, devido ao seu equilibrado classicismo e à sua perfeita aplicação de perspectiva, da composição e da luz.
Em Roma pintou um dos mais famosos ciclos de frescos nas salas do Vaticano, encomendados pelo Papa Júlio II, mas foi o seu sucessor, Leão X, que se tornou no grande mecenas de Rafael. O seu estilo pessoal exerceu uma enorme influência ao longo de toda a história da arte, incluindo o neoclassicismo com Ingres.
O quadro que hoje vos proponho é um fresco. Talvez o mais conhecido fresco de Rafael: A Escola de Atenas.

Trata-se de uma obra que foi alvo de múltiplas interpretações, mas a mais adequada é de Wölfflin, que afirmou que apenas se podem reconhecer algumas das personagens representadas. A composição possui o mesmo formato semicircular que "A Disputa”, visto que ambos são frescos para decorar o teto das salas.
O centro da composição é presidido pela presença de Platão e Aristóteles. O primeiro traz nas mãos o Timeu e o segundo a Ética. Ao mesmo nível e à esquerda, vemos a figura de perfil de Sócrates, abaixo da qual aparece Pitágoras, representado como um homem idoso ajoelhado e escrevendo um livro, enquanto um rapaz lhe segura uma tábua onde se encontra escrita a teoria da harmonia.
Na zona direita da obra e voltado para o observador, vemos o astrónomo Zoroastro, um homem de barba espessa que segura uma esfera celestial com a mão direita. Diante dele vemos uma personagem, que exibe uma coroa e uma esfera do mundo, que foi identificado como Ptolomeu. Outra das representações corretas é a do homem que apareceu sentado de lado nas escadas, adivinhando-se a sua forte musculatura, que sempre se pensou ser Diógenes.
O resto das figuras presentes não foram identificadas por falta de elementos objetivos. É interessante observar a genialidade de Rafael Sanzio através das representações das figuras clássicas e das suas vestes, elemento que serve ao artista para criar uma gama cromática muito rica.

Como já foi referido, um dos elementos centrais deste fresco de grandes proporções (770 cm) é Aristóteles, que é colocado de frente para o observador e com um pé ligeiramente avançado. O célebre ateniense aparece vestido com uma túnica azul, ou seja, da mesma cor que o céu que se adivinha pela luz que penetra na sala.

Como mera curiosidade, chamo a atenção para o canto inferior direito, onde ao mesmo nível que Pitágoras aparece Euclides, debruçado e de perfil, cuja túnica arroxeada traz uma inscrição na parte de trás em que vemos escrito: R.V.S.M. (Raphael Urbinas Sua Manu).

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