Rafael foi um pintor e
arquiteto italiano cujas obras encarnam o protótipo do renascimento, devido ao
seu equilibrado classicismo e à sua perfeita aplicação de perspectiva, da
composição e da luz.
Em Roma pintou um dos
mais famosos ciclos de frescos nas salas do Vaticano, encomendados pelo Papa
Júlio II, mas foi o seu sucessor, Leão X, que se tornou no grande mecenas de
Rafael. O seu estilo pessoal exerceu uma enorme influência ao longo de toda a
história da arte, incluindo o neoclassicismo com Ingres.
O quadro que hoje vos
proponho é um fresco. Talvez o mais conhecido fresco de Rafael: A Escola de Atenas.
Trata-se de uma obra
que foi alvo de múltiplas interpretações, mas a mais adequada é de Wölfflin,
que afirmou que apenas se podem reconhecer algumas das personagens
representadas. A composição possui o mesmo formato semicircular que "A Disputa”,
visto que ambos são frescos para decorar o teto das salas.
O centro da composição
é presidido pela presença de Platão e Aristóteles. O primeiro traz nas mãos o
Timeu e o segundo a Ética. Ao mesmo nível e à esquerda, vemos a figura de
perfil de Sócrates, abaixo da qual aparece Pitágoras, representado como um
homem idoso ajoelhado e escrevendo um livro, enquanto um rapaz lhe segura uma
tábua onde se encontra escrita a teoria da harmonia.
Na zona direita da obra
e voltado para o observador, vemos o astrónomo Zoroastro, um homem de barba
espessa que segura uma esfera celestial com a mão direita. Diante dele vemos uma
personagem, que exibe uma coroa e uma esfera do mundo, que foi identificado
como Ptolomeu. Outra das representações corretas é a do homem que apareceu
sentado de lado nas escadas, adivinhando-se a sua forte musculatura, que sempre
se pensou ser Diógenes.
O resto das figuras
presentes não foram identificadas por falta de elementos objetivos. É
interessante observar a genialidade de Rafael Sanzio através das representações
das figuras clássicas e das suas vestes, elemento que serve ao artista para
criar uma gama cromática muito rica.
Como já foi referido,
um dos elementos centrais deste fresco de grandes proporções (770 cm) é
Aristóteles, que é colocado de frente para o observador e com um pé
ligeiramente avançado. O célebre ateniense aparece vestido com uma túnica azul,
ou seja, da mesma cor que o céu que se adivinha pela luz que penetra na sala.
Como mera curiosidade,
chamo a atenção para o canto inferior direito, onde ao mesmo nível que
Pitágoras aparece Euclides, debruçado e de perfil, cuja túnica arroxeada traz
uma inscrição na parte de trás em que vemos escrito: R.V.S.M. (Raphael Urbinas Sua Manu).
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