Em 1751, a Academia De Amiens abriu um concurso para o
estudo da ideia de unir a França e Inglaterra através do canal da Mancha.
Surgiram muitas ideias, mas não
havia meios técnicos – de engenharia civil e geotecnia – para construir uma das
mais obras de sempre da engenharia e arquitetura mundiais. Foi preciso esperar
pelo século XX, para a ideia ser, finalmente, equacionada em termos reais.
Em 1957, foi nomeado um grupo
para estudar os possíveis locais de construção e averiguar os problemas
geológicos e geofísicos, nomeadamente, ao nível da dureza e consistência do
tipo das rochas e a necessidade de eliminar os detritos resultantes da perfuração.
Em 1987, sob os governos de Mitterrand
e Thatcher, começaram os trabalhos que, durante sete anos, envolveram mais de
treze mil trabalhadores. Duas enormes escavadoras começaram a perfurar setenta
metros por dia, com o objetivo de unir, com um túnel com cinquenta e um
quilómetros, Cheriton, perto de Folkstone, a Sangatte, perto de Calais.
Esta obra causa muita controvérsia
e polémica e o seu custo ascendeu a astronómicos 13400 milhões de euros.
O Eurotúnel é formado por duas
galerias paralelas, uma para cada sentido dos comboios. Existe ainda uma
terceira galeria, de diâmetro inferior, destinada à livre circulação de veículos
de socorro em caso de acidente.
Atualmente, o comboio de alta
velocidade «Eurostar» assegura a ligação entre Paris e Londres em cerca de três
horas.
O Eurotúnel também conhecido como o «Túnel da Mancha» uniu a Inglaterra ao continente europeu e tornou-se
num dos maiores feitos da engenharia do século XX. Mais de duzentos anos depois
de sonhado, o túnel sobre a Mancha tornou-se realidade. 2014 assinala duas
décadas sobre esse momento histórico. Apesar do custo astronómico e da pouca
rentabilidade do projeto, dos incêndios, dos imigrantes ilegais que o usam para
entrar ilegalmente no Reino Unido, o Eurotúnel valeu a pena. O Homem corre por
utopias e esta é uma daquelas que valem a pena.
Gabriel
Vilas Boas
Sem comentários:
Enviar um comentário