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domingo, 2 de novembro de 2014

HELLO KITTY


Há quarenta anos a designer japonesa Yuko Shimisu criava um dos maiores ícones das meninas e adolescentes de todo o mundo: a Hello Kitty. Esta ilustradora japonesa criou esta adorável gatinha a partir da história de Lewis Carroll “Through the looking glass”, onde a protagonista, Alice, brinca com dois gatinhos, um deles chamado Kitty.
A ilustradora japonesa decidiu batizar a sua criação com um nome inglês porque a cultura inglesa e a norte-americana eram muito populares entre as raparigas japonesas.
Recentemente, a “Sanrio” explicou que, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a Hello Kitty não é uma gata, mas uma personagem. É uma menina. É uma amiga. Mas não é uma gata. Nunca a vemos em quatro patas. Ela anda e senta-se como uma criatura de duas pernas. Segundo a Sanrio, o nome verdadeiro da personagem é Kitty White, e ela nasceu no sul da Inglaterra no dia 1º de novembro de 1974 e é, obviamente, do signo de Escorpião. Kitty tem uma irmã gêmea, Minny White, e vive nos arredores de Londres com o seu pai, George e a sua mãe, Mary.


O que é certo é que esta criação de Shimisu povoou o imaginário de milhões de meninas em todo o mundo ao longo de quatro décadas.
Tornou-se igualmente um fenómeno comercial, pois a “Sanrio” tratou de patentear a marca dois anos após a sua criação e começou a produzir todo o tipo de adereços para meninas com o logótipo Kitty. Borrachas, cadernos, lápis, canetas, acessórios de moda para bonecas e crianças, jogos eletrónicos e, claro, séries de desenhos animados. A Hello Kitty tornou-se no que é hoje: um enorme negócio.
Prefiro centrar-me naquilo que faz a grande máquina do marketing girar: as emoções. Neste caso, as emoções puras e delicadas das crianças que veem nesta personagem a graciosidade feminina, o recato e a placidez oriental, a simpatia, o olhar doce e terno.
A Hello Kitty ganhou família, amigos e até namorado. Ganhou sobretudo a admiração a de milhões de meninas que fazem questão de usar um qualquer adereço da Hello Kitty, como prova do seu bom gosto, da sua feminilidade pueril, da sua pequena vaidade feminina.


Um dos traços mais característicos da Kitty é a ausência da boca. Algumas histórias/mitos procuraram justificar esta ausência, sendo que muitas pessoas referem que a Kitty não tem boca porque “fala com o coração”, mas a verdade é que essa ausência foi uma estratégia deliberada da criadora para que as pessoas pudessem projetar nela os seus próprios sentimentos.
Foi o que fizeram milhões de crianças ao longo de dezenas de anos. A Kitty foi a sua amiga, confidente, irmã, mãe ou pai, que supriu as ausências dos adultos em momentos muito difíceis.       
Paulo Farinha explica hoje na revista “Notícias Magazine” que muitas vezes as nossas pequenas princesas nos dizem com os olhos ou pequenos monossílabos sem tradução algo parecido com isto: “Pai/Mãe, sê a minha Kitty e ouve-me! Conversa comigo, brinca comigo, sê o meu melhor amigo!”
Tal como a Kitty, dizem-no de boca fechada e por isso demoramos tempo de mais a perceber.


Gabriel Vilas Boas  

1 comentário:

  1. A forma como olhamos para as gatas depende do sexo e da idade do observador!

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