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quinta-feira, 13 de abril de 2017

O BEIJO DA MORTE

 

Curiosamente (o talvez não) o Dia Internacional do Beijo coincide, este ano, com a Quinta-Feira Santa, ou seja, o dia em que Judas traiu Jesus Cristo através de um… beijo. Desgraçadamente, o presidente dos EUA escolheu este dia para lançar a sua mais potente bomba não-nuclear sobre o Afeganistão, numa clara e desesperada resposta aos recentes ataques do DAESH na Suécia e na Alemanha. Talvez Trump tenha acabado de dar o beijo da morte à paz mundial.
É difícil prever a amplitude das consequências deste insensato ato americano, mas é fácil perceber que as haverá e que serão más.

Já todos percebemos que o mundo é hoje dominado por loucos perigosos e começo a pensar que já não está nas nossas mãos pará-los. São homens que cresceram no mundo irreal dos videogames, onde o objetivo era aniquilar os inimigos. Hoje somos nós as personagens desse jogo e eles continuam a brincar.

Não há bons e maus, só maus. É certo que uns são mais horríveis que outros, mas só isso, o que acaba por ser apenas um pormenor insignificante.
Como escrevi há dias (“Aprender a viver em Israel”), as bombas, o terror, o medo, a morte, os atentados vieram para ficar. Uma espécie de vírus que contraímos e que nos levará à morte.
Por omissão e por ação nós fomos o Judas da paz de todos. Não há volta a dar: Trump foi eleito, Putin foi eleito, o Conselho de Segurança da ONU não consegue aprovar uma resolução contra a Síria, após um ataque químico, e uma claque de uma equipa futebol deseja a morte aos jogadores do clube rival.
A bomba que caiu hoje no Afeganistão foi apenas um último e fatal beijo de uma morte anunciada. Até agora estivemos de braços cruzados, daqui para a frente eles continuarão… atados.
É certo que daqui a um mês passam cem anos sobre as aparições de Fátima, mas, na verdade, quem ainda acredita em milagres?

GAVB  

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