A partir do momento em que os israelitas invadiram os
montes Golã e resolveram aprofundar o conflito Israelo-árabe, negando
absolutamente o reconhecimento do Estado Palestiniano, perceberam
que teriam de viver, com o terror, o futuro. Esse futuro tem décadas de passado e
é paupérrimo de esperança.
Os israelitas tiveram de se habituar às sirenes, aos ataques
terroristas, às bombas nos autocarros ou no metro. O medo é o ar que respiram há
anos.
Desde de 11 de setembro de 2001, o mundo ocidental foi
atirado para o mesmo caldo psicológico. Os repetidos ataques a diversas
capitais europeias nos últimos meses (Bruxelas, Paris, Hamburgo, Londres, São
Petersburgo) provam que o terror veio para ficar e teremos de aprender a viver
com ele.
Aprender a viver sem tranquilidade, sem segurança, sem paz,
porque o ataque pode estar ao virar da esquina, feito por um árabe, um africano
ou um europeu.
Aprenderemos técnicas de defesa; ensinar-nos-ão como proceder em
caso de ataque bombista ou com arma de fogo, como procurar abrigos, com atuar
em caso de sequestro, com lidar com um psicopata.
A nossa mente, os nossos pensamentos e sentimentos serão
dominados por esse tipo de sentimentos.
Viajar será sempre um prazer toldado
pelas nuvens da preocupação. Em breve sentir-nos-emos num angustiante
labirinto, onde viver será um pesadelo.
E não haverá caminho de retorno, porque os fundamentalistas
estão no controlo das operações. Quem acredita na paz entre israelitas e
palestinianos? Já houve demasiados erros, demasiado ódio, demasiados inocentes
mortes. Connosco acontecerá algo parecido.
Sim, já vivemos enjauladas, apesar de não termos muita
consciência disso. Se quisermos saber com é, é viajar até Telavive ou à Faixa
de Gaza.
GAVB
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