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segunda-feira, 3 de abril de 2017

APRENDER A VIVER EM ISRAEL


A partir do momento em que os israelitas invadiram os montes Golã e resolveram aprofundar o conflito Israelo-árabe, negando absolutamente o reconhecimento do Estado Palestiniano, perceberam que teriam de viver, com o terror, o futuro. Esse futuro tem décadas de passado e é paupérrimo de esperança.
Os israelitas tiveram de se habituar às sirenes, aos ataques terroristas, às bombas nos autocarros ou no metro. O medo é o ar que respiram há anos.

Desde de 11 de setembro de 2001, o mundo ocidental foi atirado para o mesmo caldo psicológico. Os repetidos ataques a diversas capitais europeias nos últimos meses (Bruxelas, Paris, Hamburgo, Londres, São Petersburgo) provam que o terror veio para ficar e teremos de aprender a viver com ele.
Aprender a viver sem tranquilidade, sem segurança, sem paz, porque o ataque pode estar ao virar da esquina, feito por um árabe, um africano ou um europeu. 
Aprenderemos técnicas de defesa; ensinar-nos-ão como proceder em caso de ataque bombista ou com arma de fogo, como procurar abrigos, com atuar em caso de sequestro, com lidar com um psicopata.
A nossa mente, os nossos pensamentos e sentimentos serão dominados por esse tipo de sentimentos. 
Viajar será sempre um prazer toldado pelas nuvens da preocupação. Em breve sentir-nos-emos num angustiante labirinto, onde viver será um pesadelo.

E não haverá caminho de retorno, porque os fundamentalistas estão no controlo das operações. Quem acredita na paz entre israelitas e palestinianos? Já houve demasiados erros, demasiado ódio, demasiados inocentes mortes. Connosco acontecerá algo parecido. 
Sim, já vivemos enjauladas, apesar de não termos muita consciência disso. Se quisermos saber com é, é viajar até Telavive ou à Faixa de Gaza.

GAVB   

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