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sexta-feira, 21 de abril de 2017

ESTÁS COM CARA DE...

De segunda-feira.
De caso.
De palerma.
De felicidade.
De fim de semana
De quem não faz nada.
De quem não faz a mínima ideia do que tem para fazer.
De Plástico.
De……



Muitas vezes a nossa cara é o inconveniente espelho de um estado de alma, mais ou menos momentâneo mais ou menos comprometedor. Através dela nos desvendamos sem querer, comunicamos sem palavras, revelamos emoções e sentimentos. 
É um esforço inglório tentar controlar a imagem que projetamos, porque até o esforço da dissimulação acaba por se notar.
Num tempo em que a imagem é tão relevante, cada vez aprecio mais a autenticidade dos rostos que deixam ver pessoas com alma e coração. Caras que riem, que choram, que ameaçam, que seduzem, que inquietam, que transbordam mistério…









Há uma beleza nessa coragem que me encanta! 
É verdade que ainda demoro pouco tempo a contemplá-la, que  ainda a valorizo pouco e que, muitas vezes, a reprimo – “Que cara é essa?” – Pois não é evidente? 
Deixá-la manifestar-se sem constrangimentos. Observar o que comunica, saber incorporar esse desabafo que não sabe como expressar-se doutro modo… e sobretudo não exigir que mude de cara, pois não estamos para aborrecimentos, nem que nos conte imediatamente o que só quer dizer daquele modo silencioso.


Reparar é uma forma subtil de cuidar e de amar. Demorar-se no olhar, nas expressões, nessa imensidão de comunicação não-verbal que um rosto nos oferece é um forte sinal que deixamos ao outro do quanto ele é importante para nós.


Também por isto acho melhor não oferecermos resistência, a quem, pacientemente, nos perscruta a alma através do rosto ou dos olhos. Pode ser que seja apenas um bisbilhoteiro sem alma, mas o mais certo é ser alguém que gosta de nós com tanta profundidade que nem precisa de palavras para no-lo dizer.
GAVB


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