De segunda-feira.
De caso.
De palerma.
De felicidade.
De fim de semana
De quem não faz nada.
De quem não faz a mínima ideia do que tem para fazer.
De Plástico.
De……
Muitas vezes a nossa cara é o inconveniente espelho de um estado
de alma, mais ou menos momentâneo mais ou menos comprometedor. Através dela nos
desvendamos sem querer, comunicamos sem palavras, revelamos emoções e
sentimentos.
É um esforço inglório tentar controlar a imagem que projetamos,
porque até o esforço da dissimulação acaba por se notar.
Num tempo em que a imagem é tão relevante, cada vez aprecio
mais a autenticidade dos rostos que deixam ver pessoas com alma e coração.
Caras que riem, que choram, que ameaçam, que seduzem, que inquietam, que
transbordam mistério…
Há uma beleza nessa coragem que me encanta!
É verdade que
ainda demoro pouco tempo a contemplá-la, que ainda a valorizo pouco e que, muitas vezes, a reprimo – “Que cara é essa?” – Pois não é evidente?
Deixá-la
manifestar-se sem constrangimentos. Observar o que comunica, saber incorporar esse
desabafo que não sabe como expressar-se doutro modo… e sobretudo não exigir que
mude de cara, pois não estamos para aborrecimentos, nem que nos conte
imediatamente o que só quer dizer daquele modo silencioso.
Reparar é uma forma subtil de cuidar e de amar. Demorar-se
no olhar, nas expressões, nessa imensidão de comunicação não-verbal que um
rosto nos oferece é um forte sinal que deixamos ao outro do quanto ele é
importante para nós.
Também por isto acho melhor não oferecermos resistência, a
quem, pacientemente, nos perscruta a alma através do rosto ou dos olhos. Pode ser
que seja apenas um bisbilhoteiro sem alma, mas o mais certo é ser alguém que
gosta de nós com tanta profundidade que nem precisa de palavras para no-lo
dizer.
GAVB
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