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terça-feira, 25 de abril de 2017

LIBERDADE: O PODER DE DIZER E FAZER


Poder dizer o que se pensa é, provavelmente, a mais básica das liberdades. 
Em Portugal, quem tem menos de cinquenta anos não tem a noção do que significa a sua falta e por isso é difícil explicar aos mais jovens quão importante é podermo-nos expressar como queremos.
Apesar de ser a pedra basilar de qualquer sistema democrático, a liberdade de expressão é só o começo, uma espécie de condição sine qua non, mas sozinha não faz a primavera da liberdade. Também desfrutamos, em Portugal, da liberdade de decidir o nosso futuro político, ainda que essa seja uma liberdade condicional, mas a culpa não é do juiz nem das condições, mas antes do que não fizemos com a liberdade que usufruímos.

Usamos mal o poder de fazer, que a liberdade nos faculta. Fazemos pouco e fazemos mal e isso põe em risco a qualidade do ar livre que respiramos.
Obviamente é mais fácil dizer do que fazer, mas também não é nenhum bicho-de-sete-cabeças construir uma sociedade que tenha orgulho naquilo que construiu.
Comemoramos a conquista (ou reconquista) da liberdade política com canções com trinta anos, com discurso sempre iguais, com promessas que lembram desculpas, ano após ano, mas raramente somo capazes de elencar o que fizemos de relevante, nos últimos dez anos, com essa poderosa alavanca da felicidade que se chama liberdade.

Sim, nós, aqueles que têm 30, 40 e 50 anos, que espécie de liberdade construímos? Estamos satisfeitos com ela? Fomos nós que usufruímos de condições sociais, económicos e políticas ímpares nos últimos cem anos e não outra geração qualquer. Por que é que esta liberdade nos parece murcha? 
A liberdade que temos sabe-nos a pouco porque a concretizámos com preguiça. 
O poder de fazer é sublime! 
Construir uma sociedade mais culta, economicamente mais independente, mentalmente mais forte é demasiado sedutor para ficar quieto à espera que o tempo passe.
GAVB

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