Nietzsche
escreveu que “Há uma exuberância na bondade que parece maldade.” E à primeira
vista pode parecer uma maldade chamarmos maldoso a quem tanto se empenha em
ser bondoso.
Convém lembrar
que a bondade nunca é de mais, mas o ADN é feito de discrição e bom senso. A
bondade não serve para mostrar quão bons somos, mas apenas para praticar o bem,
junto daqueles que dele precisam.
Preocupação
semelhante teve o evangelista São Mateus, no capítulo 6.º, quando aconselha aqueles que dão esmola “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”.
A bondade é
um valor, um conceito de vida que se exercita ou não. Exibi-lo é negá-lo.
É verdade
que a vaidade é dos principais defeitos do ser humano, mas não conseguir
domá-lo é pôr-nos a jeito de algo ainda pior: a maldade. Ostentar a nossa bondade para com alguém pode
ter como efeito diminuí-lo, rebaixá-lo, amesquinhá-lo. Claro que isso pode ser
feito com alguma inconsciência, fruto da nossa incomensurável vaidade, mas
dificilmente prossegue sem nos darmos conta do mal que fazemos. É no momento em
que tomamos consciência do delito cometido e nele prosseguimos que praticamos a
maldade.
Maldade em
forma de fingida bondade é uma perversão horrenda, da qual devemos fugir, até
porque a generosidade ostensiva perde valor e nós com ela.
GAVB
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