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terça-feira, 18 de abril de 2017

A BONDADE OSTENSIVA NÃO SERÁ UMA ESPÉCIE DE MALDADE?




Nietzsche escreveu que “Há uma exuberância na bondade que parece maldade.” E à primeira vista pode parecer uma maldade chamarmos maldoso a quem tanto se empenha em ser bondoso.
Convém lembrar que a bondade nunca é de mais, mas o ADN é feito de discrição e bom senso. A bondade não serve para mostrar quão bons somos, mas apenas para praticar o bem, junto daqueles que dele precisam.
Preocupação semelhante teve o evangelista São Mateus, no capítulo 6.º, quando aconselha aqueles que dão esmola “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”.

A bondade é um valor, um conceito de vida que se exercita ou não. Exibi-lo é negá-lo.
É verdade que a vaidade é dos principais defeitos do ser humano, mas não conseguir domá-lo é pôr-nos a jeito de algo ainda pior: a maldade.  Ostentar a nossa bondade para com alguém pode ter como efeito diminuí-lo, rebaixá-lo, amesquinhá-lo. Claro que isso pode ser feito com alguma inconsciência, fruto da nossa incomensurável vaidade, mas dificilmente prossegue sem nos darmos conta do mal que fazemos. É no momento em que tomamos consciência do delito cometido e nele prosseguimos que praticamos a maldade.
Maldade em forma de fingida bondade é uma perversão horrenda, da qual devemos fugir, até porque a generosidade ostensiva perde valor e nós com ela.

GAVB

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