Como já tinha escrito há uma semana, não percebo a
insistência na legalização do No Name Boys. Aquilo não é uma claque de futebol,
mas um gangue perigoso que precisa de ser tratado como tal. As outras claques,
como mais ou menos molho, são iguais. Não é por serem legais que a coisa
melhora. A Juventude Leonina é legal e isso impediu de se juntar, perto do
Estádio da Luz, numa sexta-feira à noite, quando não havia nenhum encontro de
futebol, para uma luta entre dois gangues? Claro que não.
Os gangues que se travestem de claques maniataram por
completo as direções dos grandes clubes portugueses, que as teme, pois elas
conquistaram os adeptos mais crédulos com o seu pretenso amor ao clube.
Não nos deixemos iludir: para as “claques” de futebol, em
primeiro lugar estão eles e a sua maneira fora-da-lei de existir, só depois o
clube, e muito mais abaixo o desporto. Eles apenas sabem viver no ódio, no
insulto, na agressão, na rixa. O clube já apenas serve para pretexto e alibi.
A
maioria deles estaria a contas com a justiça se não fossem claques do Porto,
Sporting ou Benfica. Os presidentes dos clubes são cúmplices? Claro que sim,
mas os adeptos também, porque estão sempre a desculpar os seus, lembrando que
os outros ainda são piores. Pior é só uma categoria de mau e ser mau já é
suficientemente grave para ser aceitável.
Enquanto adeptos de futebol ou outro qualquer desporto,
temos de decidir de que lado estamos: ou gostamos do jogo antes do clube, e por
isso temos de admitir que um dia ganhamos, outro empatamos e noutro perdemos, que
um dia somos ajudados pelo árbitro e noutro somos prejudicados, ou então
alinhamos com esses simpáticos rapazes que partem montras, desejam a morte a
rivais e até são capazes de concretizar algumas delas.
Parece-me óbvio que as claques de futebol só podem
ter um destino: ilegalização e já.
P.S. Nas últimas 24 horas, os presidentes de Benfica,
Sporting e Porto, em modos diferentes, resolveram fazer de bombeiro-pirómano.
Calados tinham escrito um poema.
GAVB
Sem comentários:
Enviar um comentário