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domingo, 23 de abril de 2017

GANGUES DISFARÇADOS DE CLAQUES DE FUTEBOL


Como já tinha escrito há uma semana, não percebo a insistência na legalização do No Name Boys. Aquilo não é uma claque de futebol, mas um gangue perigoso que precisa de ser tratado como tal. As outras claques, como mais ou menos molho, são iguais. Não é por serem legais que a coisa melhora. A Juventude Leonina é legal e isso impediu de se juntar, perto do Estádio da Luz, numa sexta-feira à noite, quando não havia nenhum encontro de futebol, para uma luta entre dois gangues? Claro que não.

Os gangues que se travestem de claques maniataram por completo as direções dos grandes clubes portugueses, que as teme, pois elas conquistaram os adeptos mais crédulos com o seu pretenso amor ao clube.
Não nos deixemos iludir: para as “claques” de futebol, em primeiro lugar estão eles e a sua maneira fora-da-lei de existir, só depois o clube, e muito mais abaixo o desporto. Eles apenas sabem viver no ódio, no insulto, na agressão, na rixa. O clube já apenas serve para pretexto e alibi. 

A maioria deles estaria a contas com a justiça se não fossem claques do Porto, Sporting ou Benfica. Os presidentes dos clubes são cúmplices? Claro que sim, mas os adeptos também, porque estão sempre a desculpar os seus, lembrando que os outros ainda são piores. Pior é só uma categoria de mau e ser mau já é suficientemente grave para ser aceitável.
Enquanto adeptos de futebol ou outro qualquer desporto, temos de decidir de que lado estamos: ou gostamos do jogo antes do clube, e por isso temos de admitir que um dia ganhamos, outro empatamos e noutro perdemos, que um dia somos ajudados pelo árbitro e noutro somos prejudicados, ou então alinhamos com esses simpáticos rapazes que partem montras, desejam a morte a rivais e até são capazes de concretizar algumas delas.

Parece-me óbvio que as claques de futebol só podem ter um destino: ilegalização e já.
P.S. Nas últimas 24 horas, os presidentes de Benfica, Sporting e Porto, em modos diferentes, resolveram fazer de bombeiro-pirómano. Calados tinham escrito um poema.   

GAVB

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