Etiquetas

segunda-feira, 21 de julho de 2014

AO SOM DE JACQUES BREL


Celebra-se hoje o Dia Nacional da Bélgica, que coincide com a data da elevação de Leopoldo I, em 1831, ao cargo de rei dos belgas, um ano após a revolução que deu origem ao surgimento de um novo país independente no centro da Europa. Na Bélgica há três línguas oficiais, sendo uma delas o francês, falado por cerca de 40% da população. 


Em 1929 nasce em Schaerbeek, região de Bruxelas, Jacques Brel que se imortalizaria como um dos maiores nomes da canção francesa. Em casa de Brel sempre se falou francês pois apesar do pai ser flamengo, era de ascendência francófona, assim como a mãe. Decidido a não seguir os negócios de família, ligados à cartonaria, e tentado a conseguir uma carreira no mundo da música, muda-se para Paris nos anos 50. Aí vai compor os grandes sucessos que ainda hoje ouvimos com muito agrado, pois Brel concilia belíssimos textos poéticos com não menos belas músicas e uma voz única na forma de interpretar. Este conjunto de fatores proporciona uma força impressionante às músicas que compôs, entre as quais podemos destacar as mais conhecidas Ne me quitte pas ou La valse à mille temps. Contemporâneo de Georges Brassens, Léo Ferré, Yves Montand e Edith Piaf, nunca foi um conformista, pelo contrário, era um inconformado, um revolucionário, mas ao mesmo tempo um perfeccionista, de um profissionalismo irrepreensível. Talvez cansado de uma certa rotina que não tinha nada a ver com a sua maneira de ser, a certa altura da vida, Jacques Brel compra um veleiro que o levará numa viagem à volta do mundo até ao seu destino final, as Ilhas Marquesas na Polinésia francesa. Voltou à Europa em 1977 para a gravação do seu último disco que foi um extraordinário sucesso. Já então padecia de um cancro no pulmão que o vitimaria em 1978 com apenas 49 anos. Nessa altura o seu amigo Georges Brassens diria: “Jacques Brel não está morto. Para revivê-lo, basta que escutemos os seus discos”. Entre as suas músicas, há uma dedicada ao seu país de origem, a Bélgica, com um poema tão bonito que decidi partilhá-lo neste blogue.

Le plat pays

Avec la mer du Nord pour dernier terrain vague
Et des vagues de dunes pour arrêter les vagues
Et de vagues rochers que les marées dépassent
Et qui ont à jamais le cœur à marée basse
Avec infiniment de brumes à venir
Avec le vent de l'ouest écoutez-le tenir
Le plat pays qui est le mien

Avec des cathédrales pour uniques montagnes
Et de noirs clochers comme mâts de cocagne
Où des diables en pierre décrochent les nuages
Avec le fil des jours pour unique voyage
Et des chemins de pluie pour unique bonsoir
Avec le vent d'ouest écoutez-le vouloir
Le plat pays qui est le mien

Avec un ciel si bas qu'un canal s'est perdu
Avec un ciel si bas qu'il fait l'humilité
Avec un ciel si gris qu'un canal s'est pendu
Avec un ciel si gris qu'il faut lui pardonner
Avec le vent du nord qui vient s'écarteler
Avec le vent du nord écoutez-le craquer
Le plat pays qui est le mien

Avec de l'Italie qui descendrait l'Escaut
Avec Frida la Blonde quand elle devient Margot
Quand les fils de novembre nous reviennent en mai
Quand la plaine est fumante et tremble sous juillet
Quand le vent est au rire quand le vent est au blé
Quand le vent est au sud écoutez-le chanter
Le plat pays qui est le mien

Que hino mais bonito ao seu país natal, ao seu país plano, que este, Le Plat Pays? 

Margarida Assis

Sem comentários:

Enviar um comentário