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sábado, 19 de julho de 2014

MERYL STREEP

“Nós somos as escolhas que fazemos”
                                       Meryl Streep

E Meryl Streep escolheu ser atriz. Só que não quis ser uma atriz qualquer. Ao talento juntou a determinação e o trabalho, naquilo que uma vez Cher definiu como “uma máquina de representar, do mesmo modo que um tubarão é uma máquina de matar.”
                A frase de Cher indicia a grande ousadia que Streep põe em tudo o que faz. Foi assim que no início da década de oitenta conseguiu à socapa o guião do filme “A Escolha de Sofia” e se apresentou perante Alan Pakula implorando-lhe o papel principal que tinha sido pensado para Ursula Andress.
             Em boa hora o fez porque é com “A escolha de Sofia” (1982) que Meryl Streep se afirma como verdadeira estrela cinematográfica - atuação soberba, protagonizando o papel duma polaca sobrevivente ao Holocausto. A sua representação neste filme valeu-lhe o Óscar de Melhor Atriz e o Globo de Ouro. O seu sotaque de polaca, a densidade dramática e afetiva que imprimiu à sua personagem receberam rasgados elogios e foram a sua primeira montanha de glória da sua carreira.
                Poucos anos antes (1979) tinha estacionado no planalto da fama quando encontrou Dustin Hoffman em “Kramer contra Kramer” e arrebatou o seu primeiro Óscar, o de Melhor Atriz Secundária, revelando uma versatilidade que Hollywood não podia ignorar.

                A rapariga que nasceu a 22 de junho de 1949, em Nova Jérsey, quis ser atriz. Graduou-se em Arte Dramática na Universidade de Yale e foi aí que pisou os palcos pela primeira vez. Durante três anos representou mais de 40 peças. Chegou à Broadway onde se notabilizou na representação de peças de grandes autores como Tennessee Williams.


                Aos 28 anos estava pronta para a sétima arte. Estreia-se com o filme “Júlia” ao lado de Jane Fonda e no ano seguinte já figurava entre as nomeadas para Óscar por causa da sua performance em “O Caçador”. A Associação Americana de Críticos de Cinema prognosticou-lhe o primeiro Óscar (1979 – Kramer contra Kramer) ao elegê-la como atriz do ano, em 1978.
                Na década de oitenta, afirmou-se como uma das habitués das nomeações dos Óscares, embora só tenha ganho uma vez. Atualmente detém o fabuloso recorde de 18 nomeações.  
                Além de conquistar o mundo do cinema, Streep fez questão de triunfar também na televisão e na música. Na televisão obteve o reconhecimento através da minissérie "Holocausto” (1978), premiada com o seu primeiro Emmy Awards e vinte seis anos depois, com “Angels in America”, conquistaria o segundo.
                A década de 90 não traz prémios mas ninguém esquece filmes como “A Casa dos Espíritos” (1993) ou “Rio Selvagem” (1994).
                Provando toda a sua versatilidade, Meryl Streep regressa em força depois de fazer cinquenta anos e em várias frentes.
                A sua atuação em “The Hours” (2003) arrecada o galardão de melhor atriz em Berlim, no mesmo ano em que lhe é atribuído o Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático pela sua performance em “Adaptação”. Do drama para a comédia, mas sempre com a mesma superior qualidade, conquista novo Globo de Ouro em 2007 com “O Diabo veste Prada”.


                Aos sessenta anos, Meryl Streep estava melhor do que nunca. Não precisava de mendigar papéis nem de perdê-los para Madonna como aconteceu com o filme “Evita”. A meca do cinema curvava-se novamente perante a senhora Streep e atribuía-lhe novo Óscar pela asua atuação em “A Dama de Ferro”, onde encarnou a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.
                Quem a vê na tela em “A Dama de Ferro” tem dificuldade em perceber que se trata da mesma atriz que quatro anos antes cantava, dançava e faturava milhões de dólares no mega sucesso “Mama Mia”.
                Apesar de toda a fama e riqueza, Meryl Streep mantém alguns traços humildes e enternecedores. É ela que faz as compras no supermercado, que cozinha e atende os telefonemas. Na sua vida, a família teve sempre um papel decisivo: aceitou e rejeitou papéis em função da proximidade dos filhos e marido. Teve quatro filhos enquanto filmou mais de cinquenta filmes e amou os dois homens da sua vida duma forma bela e quase poética. Suplantou a morte (por doença) do primeiro e encontrou Don, com quem está atualmente casada e cuja importância não deixou de vincar há pouco tempo atrás, na noite em que recebeu o seu terceiro Óscar: “Primeiro eu gostaria de agradecer ao Don, porque quando se agradece ao marido no final do discurso, eles aumentam o volume da música e eu faço questão que ela saiba que tudo o que eu valorizo na vida foi ele que me deu.”.
Gabriel Vilas Boas



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