O
Teatro é uma arte que atrai sempre muito público. A arte de representar é
exigente mas altamente compensadora. Felizmente cada vez mais as câmaras municipais
compreendem o gosto das suas populações e durante o verão assistimos, em várias
cidades, aos “festivais do teatro amador”. Com Amarante acontece o mesmo. A
atual edilidade continua uma tradição com mais de dez anos e proporciona aos
amarantinos espetáculos de teatro durante esta semana.
A
14.ª edição do Festival de Teatro de Amarante começou domingo com a peça “A Casa de Bernarda Alba”,
levada à cena pelo grupo de teatro da terra, o "Tamaranto". O magnífico texto de Lorca relata as eternas dificuldades
no relacionamento entre marido e mulher. Relata também o modo submisso como a
mulher do passado se devia comportar perante o marido, ou seja, não procurando
investigar traições, preocupações, decisões.
Ontem foi a vez do Grupo
Dramático e Recreativo "A Retorta", de
Valongo, se apresentar perante o público amarantino. Oito atores trouxeram à
cena um texto do consagrado autor brasileiro Millôr Fernandes – “A história é
uma história”, na qual são apresentadas as épocas e povos mais importantes da História
do Homem: a Pré-história, os Egípcios, os Gregos, os Romanos, a Idade Média, os
Descobrimentos, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial, o século XX e a Revolução Sexual. E por fim a atualidade, com especial foco na situação do
nosso país. A pouco e pouco, atores e texto foram conquistando a plateia,
repleta, nos claustros dos Paços do Concelho.
Amanhã o festival prossegue
com “Comédia 3D”, onde os reis da stand up comedy, João Seabra, Hugo Sousa,
Miguel Sete Estacas, prometem não defraudar as expectativas dos amarantinos quanto a uma noite bem passada entre risos, crítica social e um copo, antes ou depois,
na esplanada do Café Bar, com o Tâmega ao fundo, a afagar mais uma noite quente
de julho.
Sexta-feira é, no meu
entender, o ponto alto deste certame teatral, com a peça “O Dote – A Tragédia da
Banana Embichada”, com encenação de Joaquim Nicolau. Aqui já estamos perante
teatro profissional e uma peça que percorreu o país, tendo, inclusive, sido
apresentada na Assembleia da República. Tive a oportunidade de assistir à
representação desta peça, há uns meses, na cidade vizinha de Fafe e fiquei
muito agradado com o que vi. Quinzinho Portugal, Maria Faleiro, Marta Melro,
entre outros, prometem aquecer a noite de sexta-feira, com uma produção
divertida, cheia de jogos de palavras e subentendidos.
As honras de encerramento
caberão à peça “Cucurrucucu” do grupo Grande Comédia, quando a semana estiver a
gastar as suas últimas horas de vida.
Por estes dias, Amarante é
um enorme palco e o teu lugar é na plateia. Traz amigos, sorrisos e palmas que
a diversão é garantida.
Gabriel Vilas Boas
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