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terça-feira, 22 de julho de 2014

TEATRO EM AMARANTE

                


                   O Teatro é uma arte que atrai sempre muito público. A arte de representar é exigente mas altamente compensadora. Felizmente cada vez mais as câmaras municipais compreendem o gosto das suas populações e durante o verão assistimos, em várias cidades, aos “festivais do teatro amador”. Com Amarante acontece o mesmo. A atual edilidade continua uma tradição com mais de dez anos e proporciona aos amarantinos espetáculos de teatro durante esta semana.
                A 14.ª edição do Festival de Teatro de Amarante começou domingo com a peça “A Casa de Bernarda Alba”, levada à cena pelo grupo de teatro da terra, o "Tamaranto". O magnífico texto de Lorca relata as eternas dificuldades no relacionamento entre marido e mulher. Relata também o modo submisso como a mulher do passado se devia comportar perante o marido, ou seja, não procurando investigar traições, preocupações, decisões.

Ontem foi a vez do Grupo Dramático e Recreativo "A Retorta", de Valongo, se apresentar perante o público amarantino. Oito atores trouxeram à cena um texto do consagrado autor brasileiro Millôr Fernandes – “A história é uma história”, na qual são apresentadas as épocas e povos mais importantes da História do Homem: a Pré-história, os Egípcios, os Gregos, os Romanos, a Idade Média, os Descobrimentos, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial, o século XX e a Revolução Sexual. E por fim a atualidade, com especial foco na situação do nosso país. A pouco e pouco, atores e texto foram conquistando a plateia, repleta, nos claustros dos Paços do Concelho.
Amanhã o festival prossegue com “Comédia 3D”, onde os reis da stand up comedy, João Seabra, Hugo Sousa, Miguel Sete Estacas, prometem não defraudar as expectativas dos amarantinos quanto a uma noite bem passada entre risos, crítica social e um copo, antes ou depois, na esplanada do Café Bar, com o Tâmega ao fundo, a afagar mais uma noite quente de julho.


Sexta-feira é, no meu entender, o ponto alto deste certame teatral, com a peça “O Dote – A Tragédia da Banana Embichada”, com encenação de Joaquim Nicolau. Aqui já estamos perante teatro profissional e uma peça que percorreu o país, tendo, inclusive, sido apresentada na Assembleia da República. Tive a oportunidade de assistir à representação desta peça, há uns meses, na cidade vizinha de Fafe e fiquei muito agradado com o que vi. Quinzinho Portugal, Maria Faleiro, Marta Melro, entre outros, prometem aquecer a noite de sexta-feira, com uma produção divertida, cheia de jogos de palavras e subentendidos.
As honras de encerramento caberão à peça “Cucurrucucu” do grupo Grande Comédia, quando a semana estiver a gastar as suas últimas horas de vida.
Por estes dias, Amarante é um enorme palco e o teu lugar é na plateia. Traz amigos, sorrisos e palmas que a diversão é garantida.



Gabriel Vilas Boas  



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