(Continuação)
O
Românico entra na Península Ibérica, mercê da europeização dos reinos
peninsulares.
Os
reinos cristãos da Europa Ocidental, nomeadamente a França, vão ocupar um lugar
de relevo no apoio aos reinos peninsulares, na Reconquista Cristã do território
aos muçulmanos ocupantes. Esta tarefa traz até à península elevado número de
cruzados franceses que também irão ajudar ao esforço de repovoamento das terras
conquistadas!
Não
menos importante é o poder e a influência das ordens religiosas que se foram
implantando na península nesta altura, nomeadamente a Ordem de Cluny, a ordem
de Cister, a dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho e ainda, as ordens
militares dos Templários e Hospitalários.
A
ordem de Cluny, que nasce em França, na Borgonha, como reformadora, ou melhor,
como purificadora da Regra beneditina cujo lema era o “ora et labora”, é a grande
responsável pela difusão do românico na Península Ibérica.
Não
nos podemos esquecer que o Conde D. Henrique era, por assim dizer, a face
visível da Casa de Borgonha na Península Ibérica e que foi sob o seu comando
que, nobres e monges franceses implantaram o românico em Portugal! O nosso
Conde D. Henrique era sobrinho de S. Hugo, Abade de Cluny.
Foi
durante a reconquista que foram construídas as inúmeras igrejas de estilo
românico, com o objectivo último de reconverter as populações à fé cristã, o
que justifica o facto de a sul de Lisboa não se encontrarem construções
românicas, dado o domínio dessas terras pertencer aos muçulmanos, durante o
período em que o românico se expandiu.
É no reinado de D. Afonso Henriques que se
efectiva a expansão da arquitectura românica em Portugal. Neste reinado
iniciaram-se as obras de construção das Sés de Lisboa, Coimbra e Porto e
construiu-se o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, dos Cónegos Regrantes de
Santo Agostinho (Ordem francesa que se estabeleceu em Coimbra em 1131, e que
muito foi apoiada pelo nosso 1º rei de Portugal).
Aí
se encontram os túmulos do Conde D. Henrique e de D. Teresa.
António Aires
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