O percurso é elemento fundamental de
qualquer projeto. Ele está presente na casa, na rua, no centro comercial, num
hospital, numa repartição, num tribunal. O cérebro humano espera-o
instintivamente…
Parque das Nações, Lisboa
Ao projetar um percurso, este deve ser
legível, logo facilmente identificável e assim mais eficaz. Um percurso
transmite-nos a ideia de chegar a algum lado, devendo este trajecto já ser previsto
na concepção do espaço arquitetónico.
Para o arquiteto Le Corbusier (1887-1965),um
percurso arquitetónico deve criar emoções através das imagens apreendidas pelo
utilizador. O tempo funciona aqui como uma qualidade arquitetónica, pois dá a
ideia de movimento e o controlo do movimento está na essência do objeto arquitetónico.
Jardim da Cordoaria, Porto
Le Corbusier estudou a essência formal das
antigas construções egípcias, procurando compreender as suas regras físicas.
Encontrou um bom exemplo de percursos “suspense” nas pirâmides egípcias, onde
se percorre uma sucessão de espaços que criam emoções, geram sensações, até
chegar ao auge, nunca desvendando o que se irá encontrar a seguir.
Os elementos utilizados pela arquitetura para
o controlo de um percurso sequencial, devem conseguir gerar entre eles um
diálogo, que tem como efeito provocar distintas sensações.
Existem múltiplas técnicas para projetar
um percurso. A utilização de diferentes materiais no pavimento e a criação de
desníveis propiciam quer a demarcação e balização do percurso quer o surgimento
de áreas que permitem usufruir de momentos de repouso ou de divertimento.
O uso de equipamentos urbanos e a
aplicação de elementos vegetativos podem ser entendidos como restrições
“ocultas”.
Jardins Garcia da Horta
A concepção de uma visão serial cria um
contínuo interesse ao longo do percurso, pois este vai revelando uma série de
pontos de vista diferentes ao utilizador, pontuando os contrastes e os locais
com mais importância, que dão vida ao percurso.
O emprego de um elemento arquitectónico,
com efeito cénico, é utilizado para obter um resultado de curiosidade, de
surpresa, ou como pontuação de um local.
A utilização do elemento água é comum quer
para uma situação de relaxamento e serenidade, quer como fio condutor do
percurso, sinalizando visualmente e/ou de forma audível.
A aplicação da cor quer em materiais quer
na vegetação ou quer ainda em elementos arquitetónicos, acentua a indicação de
uma função específica.
Teresa Beyer
Excelente texto!!! Gosto da utilização da água como elemento arquitetónico, para uma situação de relaxamento e serenidade... sinalizada visualmente ou de forma audível! Gostei muito. Parabéns.
ResponderEliminarObrigada! A água é realmente um elemento que nos deixa mais serenos e disponíveis para sonhar... T.B.
EliminarOs arquitetos são cada vez mais sensíveis ao uso da água como elemento arquitetónico e gosto disso pela mesma razão que tu, Ana.Como relaxar no meio do stress e do barulho? Parece que a água é a solução.
ResponderEliminarRazão têm os árabes... nisto!
ResponderEliminarSim, pena não termos aprendido muito com eles a este nível. T.B.
EliminarSim, Anabela Magalhães, os engenheiros e arquitetos árabes são mestres na maneira como incorporam a água nos seus percursos arquitetónicos. Eis mais uma razão que justifica a tua paixão pela tua cultura.
ResponderEliminarA um elemento fundamental na concepção de um PERCURSO... o piso deve ser adequado às necessidades de todos. Estou a pensar nas pessoas com Mobilidade Reduzida. A foto que suporta este texto é do Parque da Nações. local que eu carinhosamente baptizo por Parque das Pedras.
ResponderEliminarFica o link directo para o Blog Minuto Acessível que aborda este tipo de temáticas:
http://minutoacessivel.blogspot.pt/2013/09/a-acessibilidade-versus-o-parque-da.html
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Obrigado
Obrigado pelo seu comentário. Sim sem duvida que o piso é um elemento fundamental de inclusão. A problemática do uso da calçada portuguesa nos passeios e percursos pedestres está muito em voga, irei escrever sobre a temática e analisar os pós e contras. Obrigada pela diga! T.B.
EliminarObrigado pelo seu comentário, Fernando Cardoso. A preocupação com as pessoas de mobilidade reduzida também é nossa. A arquiteta que assina o Dia da Arquitetura neste blogue é particularmente sensível a esta temática e a sua tese de mestrado foca o tema da Arquitetura de inclusão. Procuraremos divulgar o blogue Minuto Acessível junto dos nosso leitores.
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