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sábado, 26 de abril de 2014

ALFRED HITCHCOCK



Alfred Hitchcock foi o mestre do suspense. A definição pode parecer simplista, mas é incontornável. Hitchcock mistura dum modo muito peculiar momentos de grande tensão, humor, sexo e violência. Hoje, ele é uma referência dentro do mundo do Thriller. 

E o que torna Hitchcock uma referência do cinema de suspense? 

Comecemos por referir que um dos elementos fundamentais que caracterizam as suas personagens é a figura do assassino, cuja identidade é revelada ao longo da ação. 

O suspense de Hitchcock trouxe inovações técnicas nas posições e movimentos das câmaras, na maneira como as bandas sonoras realçam os efeitos de suspense e terror. O clima de suspense é acentuado pelo uso de música forte e dos efeitos de luz. Por exemplo, no filme Psycho, apenas o espectador vê a porta entreabrir-se, esperando algo acontecer enquanto o detetive sobe a escada. Outro dos recursos de suspense mais usados por Hitchcock é o do vilão inocente. Isto é, um inocente é erroneamente acusado ou condenado por um crime e, para se ver livre dessa acusação, acaba por assumir a missão de perseguir e encontrar o real culpado. 

Outra técnica de que Hitchcock se socorre frequentemente é a do espectador participante. O personagem age como se soubesse que o telespectador está a observar a sua vida. No filme "A Janela Indiscreta" (1954), o personagem Lars Thorwald confronta Jeffries, dizendo: "O que você quer de mim?" endereçando a pergunta ao telespectador. 

Alfred Hitchcok, enquanto cineasta, era também homem de muitas manias. Uma das mais célebres era aparecer nos seus filmes. Ele é visto em aparições breves, geralmente no início das suas películas. Estas aparições fetiche surgiram em muitos filmes. Recordo apenas alguns: A Janela Indiscreta, Psycho, Cortina Rasgada. Para não distrair o público do enredo principal, Hitchcock passou a aparecer no início dos filmes. 

Hitckcock nasceu em Londres em 1899, no seio duma família católica. Desde cedo mostrou dotes para o desenho, mas cursou engenharia e começou por trabalhar no mundo da publicidade. Foi como desenhador de cartazes que entrou no mundo do cinema e rapidamente foi experimentando diversos ofícios: argumentista, montador, diretor artístico e assistente de realização. Em 1925, realiza finalmente o seu primeiro filme, Jardim do Prazer, e um ano depois, com O Hóspede, já mostra aquilo que há-de ser o estilo hitchcockiano: um protagonista inocente é acusado de ter cometido um assassínio, sendo envolvido numa teia de intriga. 

Ainda em Inglaterra filma O Homem que sabia demais (1934), Os 39 Degraus (1935) e Desaparecida (1938) – todos eles foram grandes êxitos e isso abriu-lhe as portas de Hollywood, onde chega no início da década de 40 para filmar Rebecca, que conquistou o Óscar de “Melhor Filme”. Enquanto realizador Hitchcock foi várias vezes nomeado para o Óscar de melhor realizador, mas nunca o alcançou, por muito injusto que tal seja. 

Os anos subsequentes foram de frenética produção cinematográfica, quase sempre acompanhada de qualidade superlativa. 

A Casa Encantada (1945) é uma viagem ao mundo dos sonhos que o realizador proporciona ao espectador, enquadrada por quadros de Salvador Dali. Neste filme, Hitchcock revela a sua fascinação pelo mundo da psicanálise. A Corda (1948), rodado numa única sala em três planos-sequência, revela a exploração de novas técnicas de filmagem. 

Se a década de quarenta fora produtiva, a de cinquenta foi dourada para o cineasta londrino que haveria de se tornar cidadão americano em 1955. 

Em 1954 o Chamada para a Morte trouxe Ray Milland e Grace Kelly nos papéis principais. Foi o primeiro filme em que Hitchcock trabalhou com Grace Kelly e, pela primeira vez, o diretor usou a técnica 3D. No mesmo ano, realizou o famosíssimo “A Janela Indiscreta”, considerado um dos seus maiores sucessos. Em 1958, filmou Vertigo ou A Mulher que viveu duas vezes, que haveria de influenciar muitos argumentistas e realizadores em décadas posteriores. A década de ouro terminou com Intriga Internacional (1959). A seguinte começou com Psicho, filme que ajudou a mudar a abordagem cinematográfica sobre o terror. A reação do público foi impressionante, com filas que dobravam os quarteirões e muita gritaria na plateia nas cenas mais aterrorizantes. O filme teve como protagonistas Janet Leigh e Anthony Perkins, além de Vera Miles. Alcançou o Globo de Ouro na categoria melhor atriz secundária pela mão de Janet Leigh. O filme trouxe uma das cenas mais conhecidas da história do cinema, a famosa cena do chuveiro, quando a personagem de Janet Leigh é assassinada às facadas. 


Em 1963, Hitchcock filmou “Os Pássaros”, onde brilhou a belíssima Tippi Hedren, mãe da futura atriz Melanie Griffith, e onde Hitchcock inovou ao nível da banda sonora e dos efeitos especiais. 

Depois de alguns filmes menos conseguidos, Hitchcock terminaria a carreira em grande estilo, com o filme Intriga em Família. 

Apesar de não ter ganho os prémios cinematográficos que as suas obras e o seu talento justificavam (Hitchcock ganhou dois prestigiadíssimos prémios de carreira: Prémio Irving Thalberg – 1968; Prémio Cecil B. De Mille – 1972; Prémio BAFTA Fellowship Award – 1971), Hitchcock foi um dos pouco realizadores que adquiriram o estatuto de estrela, talvez porque conciliou como poucos qualidade artística e sucesso comercial. 

Gabriel Vilas Boas

1 comentário:

  1. EXCELENTE TEXTO SOBRE ALFRED HITCHCOCK!!! O MESTRE DO SUSPENSE... VER CINEMA EM CASA, É ESPETACULAR GABRIEL! GOSTEI MUITO, DE REBECCA - TRAILER. PARABÉNS.

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