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terça-feira, 22 de abril de 2014

RUY DE CARVALHO, O REI LEAR PORTUGUÊS

A vocação artística de Ruy de Carvalho foi revelada ainda ele não tinha 20 anos. Ruy de Carvalho assinou um trabalho vastíssimo nos palcos de teatro, mas também no cinema e na televisão, onde o seu talento continua a encantar. No clássico de William Shakespeare, “Rei Lear”, o autor encontrou o papel da sua vida: pelo menos aos olhos dos espectadores. Para muitos, este foi considerado o momento mais alto da sua carreira artística.

                O teatro foi a sua primeira paixão. Natural de Lisboa, Ruy de Carvalho cedo começou a conviver com atores, encenadores, público e palco. Ainda não tinha vinte anos e já se tinha estreado como amador em Jogo para o Natal de Cristo (1942). O talento estava detectado.
O teatro profissional chega um pouco mais tarde, 1947, com a peça “Rapazes de Hoje”.
Nessa altura já o jovem actor cursava no Conservatório Nacional, estudos que iniciou em 1945 e terminou em 1950.
                Na década de 50 esteve em diversas Companhias de Teatro. Ingressando no Teatro Popular, protagoniza O Juiz da Beira, sob a direcção de Ribeirinho.
                Em 1955, tem a oportunidade de actuar ao lado de Amália Rodrigues em A Severa. De Júlio Dantas.
                Entre 1961 e 1963, Ruy de Carvalho surge ligado a dois projetos: O Teatro Moderno de Lisboa, onde foi ator de referência, e o Teatro Experimental do Porto, onde assumiu a direcção artística.

                Entretanto, estreou-se no cinema em 1951, no filme Eram dezenas de irmãos, de armando Vieira Pinto.
                Com a reabertura do Teatro Nacional D. Maria II, em 1978, o ator passou a integrar o elenco principal. Das várias peças que protagonizou até hoje, destaque para a actuação em Rei Lear, em 1998, onde, para muitos, desempenhou o papel da sua vida.
                Sendo fundamentalmente um ator de teatro, Ruy de Carvalho tem vindo a construir, nos últimos anos, uma carreira na televisão. A estreia aconteceu na primeira telenovela portuguesa – Vila Faia. Recentemente teve a oportunidade de trabalhar quer na televisão quer no teatro com Eunice Muñoz em Todo o Tempo do Mundo e na peça Casa do Lago, respetivamente.
                Uma longa carreira que tem sido reconhecida não só pelos elogios que obteve, como também pelos prémios recebidos: Prémio Garrett, da Secretaria de Estado da Cultura; Prémio da Imprensa para o Cinema; Prémio da Crítica Especializada.

Gabriel Vilas Boas

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