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segunda-feira, 14 de abril de 2014

AO SOM DE... JOÃO DOMINGOS BONTEMPO

João Domingos Bontempo nasceu em Lisboa, em 1755 e morreu em 1842, também em Lisboa. Foi pianista, compositor e professor de música. O seu pai, era um oboísta  italiano que veio para Portugal no tempo de D. José para integrar a Orquestra da Corte.
João Domingos Bontempo foi contemporâneo de Haydn, Mozart e Beethoven. Começou os seus estudos de música em Lisboa, tendo-se tornado um pianista exímio. Partiu para Paris em 1801 com o propósito de começar aí uma carreira internacional de pianista e em 1810 seguiu para Londres. Veio a Portugal em 1822, altura em que fundou a Sociedade Filarmónica, que tinha por finalidade a promoção de concertos. Tanto em Paris como em Londres privou com o músico Muzio Clementi, de quem se tornou amigo e anos mais tarde, seguidor dos seus métodos quando se dedicou à pedagogia.

O seu percurso de vida foi muito influenciado pelas questões políticas que se viviam em Portugal naquela época. Primeiro, a fuga da Corte para o Brasil, depois as Guerras liberais, com a disputa pela sucessão ao trono por parte de D. Pedro e D. Miguel, após a morte de seu pai D. João VI. Com estes problemas internos, Bontempo vê-se obrigado a permanecer mais tempo no estrangeiro do que aquele que tinha planeado, mas a incerteza política e a instabilidade social que se vivia em Portugal, levaram-no a tomar essa opção. Quando a situação acalma, em 1835, Bontempo regressa definitivamente a Portugal e torna-se professor de música da rainha D. Maria II para além de continuar a sua atividade de compositor.
Em 1836, por decreto da Rainha D. Maria II, foi criado o Conservatório Geral de Arte Dramática, partindo de uma proposta de Almeida Garrett que pretendia fundar um Teatro Nacional em Lisboa. Este Conservatório integrava, para além do teatro e da dança, uma Escola de Música. Bontempo foi convidado a assumir a direção da referida escola, cargo que aceitou e passou a exercer cumulativamente com o de compositor, professor e Chefe da Orquestra da Corte. Posteriormente o nome do Conservatório foi sofrendo alterações até à designação atual que é Conservatório Nacional.

Quando a sua vida chegou ao fim, em 1842, tinha composto um significativo número de obras, onde se incluíam sonatas, concertos, fantasias e o conhecido Requiem à memória de Camões que aqui se reproduz para audição e que foi executado nas exéquias fúnebres do próprio Bontempo.
Margarida Assis

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