Etiquetas

domingo, 6 de novembro de 2016

SETE PECADOS PARENTAIS



Os filhos são o ponto fraco de qualquer homem ou mulher. Amam-nos tantos que facilmente se deixam manipular. Falham, porque o amor tolda a objetividade com frequência. 
Há alguns pecados frequentes na relação com os filhos… resolvi elencar 7, ou não tivesse este blogue o nome de “sete pecados (i)mortais”.

Comecemos pelo clássico “Não impor limites”, que é com quem diz não impor regras. A sociedade está cheia delas e criar uma exceção em casa é começar a perder o respeito e a consideração dos filhos.

Não é um clássico, mas tornou-se um hábito dos tempos modernos – Discutir à frente dos filhos. A criança/adolescente fica exposta a um sofrimento injusto e incompreensível. Não é apenas o idílico mundo dos pais perfeitos que se desfaz, mas a horrível sensação de ser objeto de arremesso e ter de tomar partido.
A inconstância na educação e nos castigos deixa os filhos baralhados. Não sabem com aquilo que contam. Uns dias, o pai está bem-disposto e deixa passar uma falha grave; noutros dias a mãe está com a neura e cria um caso por uma ninharia. As crianças e os jovens têm a noção clara da dimensão dos seus erros e por isso não entendem uma educação incoerente.

Outro erro dos nossos dias é deixar que a televisão seja o educador oficial. As séries, as telenovelas, os filmes apresentam o problema e a resolução. Os pais demitem-se da discussão dos temas levantados ou então empurram às crianças para este fastfood educativo, gerido a gosto pelo telecomando. A televisão não foi pensada para educar nem crianças nem jovens nem adultos. Diversão e educação até podem rimar, mas combinam mal.
A entrega à televisão do papel de educador faz lembrar doutro grande “pecado” educacional: subornar as crianças para que tenha determinado comportamento. Eles rapidamente a fraqueza dos pais e tornam-se manipuladores implacáveis. Além do mais, passamos-lhes um valor altamente censurável. Os filhos precisam de ter consciência que há determinados comportamentos e atitudes que não têm prémio; fazem parte de um comportamento social, cívico e familiar normal.

Deixei para o fim, três erros menos óbvios, mas que são a cara de uma geração para quem procura nos filhos o contrabalanço de uma vida pessoal falhada.
Sonhar pelos filhos, que é como quem diz: querer determinar o seu futuro profissional, pessoal, social. Querer o melhor para os filhos (quase sempre isso quer dizer um emprego muito bem remunerado e considerado) não é querer determinar o seu futuro, mas sim deixá-lo decidir em liberdade. É triste, mas muitas vezes têm de ser os avós a lembrar que os filhos são nossos, mas não são nossa propriedade.
Trabalhar demasiado para dar tudo aos filhos é um erro do passado que teimamos em repetir. Péssimo. Nenhum líder, nenhuma pessoa bem-sucedida chegou ao topo sem o ter conquistado. Trabalhar até ao limite para deixar o máximo aos filhos é só deixar peixes no cesto, mas nunca ensiná-lo a pescar. Por mais peixes que existam, um dia eles vão acabar e o filho(a) não saberá pesar um único peixe e passará fome. Um fome horrível e sem fim à vista.
Gabriel Vilas Boas

1 comentário:

  1. Muito bem, Gabriel. Estes ensinamentos são para guardar na biblioteca e consultar frequentemente.

    ResponderEliminar