Paulatinamente, sem fazer
muito alarido, António Costa anda a limpar a enorme dívida da Câmara Municipal
de Lisboa (CML) à custa do governo.
Primeiro, “obrigou” o governo
de Passos Coelho a comprar por 286 milhões de euros os terrenos do aeroporto de
Lisboa, quando o anterior governo pretendia privatizar a ANA; agora dá, numa
bandeja de prata, a gestão da Carris ao seu anterior «vice» e futuro candidato
à CML, Fernando Medina, responsabilizando o Estado central pela monstruosa
dívida de 813 milhões de euros.
Quando saiu da CML, Costa
deixou a Medina capacidade de endividamento de 300 milhões para Medina gastar
como lhe aprouvesse; a poucos meses das eleições assume a dívida da
Carris, mas deixa a gestão ao amigo Fernando Medina, para este poder dar os
presentes de Natal que quiser aos lisboetas. E Medina não se faz rogado:
viagens de autocarro grátis até aos 12 anos, os idosos passam a pagar praticamente
metade do que pagavam (de 26,75 euros para 15 euros); renovação de frota;
aumento de funcionários; investimento de 60 milhões de euros em três anos. E onde
vai Medina buscar este dinheiro, havendo uma expectável baixa de receitas? À capacidade
de endividamento que Costa lhe deixou em herança; à isenção de pagamento dos
juros da dívida da Carris.
Em poucos anos, A CML vai
voltar a ter a dívida que tinha antes do governo lhe comprar os terrenos do
aeroporto e nessa altura ninguém se lembrará que a CML (e quem a governou) durante esta década estoirou trezentos milhões de euros em obras de
embelezamento e investimento eleitoral do PS & limitada.
Entretanto, o PSD anda à procura
de candidato, Assunção não reage e Costa vai ajeitando a vida do governo, da
CML, do PS e dos amigos.
Gabriel Vilas Boas
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