A Nova Zelândia foi o primeiro país do mundo em que as
mulheres votaram em eleições gerais, quando o sufrágio universal foi garantido
a todas as mulheres maiores de 21 anos, incluindo as indígenas maoris.
Aconteceu há pouco mais de 120 anos, no dia 28 de Novembro de 1893, mais de um
século depois da revolução francesa!
Kate Sheppard (líder histórica do Temperance Union) tinha
organizado uma petição nacional a pedir o voto das mulheres nas eleições, mas
apenas um quarto do potencial eleitorado feminino assinou a petição, o que diz
bem do desinteresse das mulheres por um dos seus direitos mais básicos ou então
como o julgavam inalcançável.
A eleição daquele dia de Novembro de 1893 foi um marco na cidadania mundial, sendo descrita por um jornal local como a eleição “mais bem conduzida e ordeira realizada no país”. Ganhou o partido liberal, chefiado por Richard Seddon, mas isso tem pouca relevância. O que ficou para a história foi este enorme passo dado por um país da Oceânia, onde Kate Sheppard ganhou honras de figurar esfingicamente nas notas de 10 dólares neozelandesas, o que ainda hoje acontece.
Este feito é ainda mais assinalável se tivermos em
consideração que só no século XX, as mulheres ingleses (1928) e
norte-americanas (1920) alcançaram o mesmo direito.
Nos últimos cem anos as mulheres conseguiram uma
aproximação assinalável dos seus direitos aos dos homens, todavia, hoje, em muitos pontos do mundo, muitas mulheres não percebem o alcance do que
foi conseguido nem conseguem apreender aquilo que as mulheres há cerca de cem
anos não tinham.
É bom lembrar a História, porque há muitos pontos no
globo onde ainda não se escreveu nem fez História e a luta pelos mais
elementares direitos das mulheres, como o direito ao voto, ainda faz todo o sentido.
Gabriel Vilas Boas
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