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terça-feira, 15 de novembro de 2016

PROFESSOR CONTRATADO ABAIXO DE PRECÁRIO


Para sossegar a CGPT e o PCP, o governo anunciou informalmente que pretende acabar com os falsos recibos verdes na função Pública, que é como quem diz, acabar com os precários no Estado.
Quem pensou na ideia, dentro do governo, deve ter-se esquecido que há mais de vinte mil professores precários em Portugal há vários anos, em condições de aproveitar essa leve brisa de justiça que o governo português quer fazer correr. Quando o Correio da Manhã fez as contas, alguns membros do governo devem ter levado um susto; depois telefonaram a Jerónimo de Sousa e começaram a falar do Natal do ano que vem.

Mário Nogueira, o líder da Fenprof, já percebeu que os professores ficarão de fora desta incorporação nos quadros da função pública dos precários, apesar da diretiva europeia,  das boas intenções do governo e da pressão do PCP e BE.
Se a intenção do governo fosse incluir os professores, Mário Nogueira já o saberia e andaria a preparar os foguetes, para comemorar a sua mais estrondosa vitória política e sindical desde que é líder da mais importante organização de professores do país. O tom de suave ameaça de Nogueira deixa claramente a entender que os professores contratados ainda não conseguiram o estatuto de “precários do Estado”, porque, na verdade, estão ainda num patamar inferior.

Os professores contratados não têm culpa de serem muitos, não têm culpa de serem realmente necessários, nem lhes cabe qualquer responsabilidade neste indigno arrastar da sua situação laboral com o Ministério da Educação. No entanto, serão mais uma vez discriminados, porque “não há dinheiro”. É a conversa de sempre, até descobrirmos que lá vamos enterrar não sei quantos milhões num banco qualquer, privado ou público, que urge salvar para depois vender (ou dar) ao desbarato a um concorrente espanhol.
A falta de dinheiro até é um falso problema, porque, na verdade, o impacto da entrada nos quadros destes vinte/trinta mil docentes seria reduzido, pois ficariam a ganhar praticamente o mesmo;todavia deve fazer uma confusão medonha a muita gente que haja mais vinte/mil trinta mil funcionários públicos, ainda que na verdade eles já trabalhem para o Estado há vários anos.
Sempre se podem despedir de um dia para outro!” Nem isso é verdade. Estes professores foram, são e serão precisos. Toda a gente ligada à educação, com responsabilidades governativas, sabe disso. O problema é que não têm a coragem política necessária para o assumir, colocando-os nos quadros.   
Em política, coragem de fazer aquilo que é certo é das coisas mais raras, já a sem-vergonhice…

Gabriel Vilas Boas

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