Provavelmente a melhor notícia que li hoje: 44 mil alunos
senegaleses estudam o português como segunda língua!
Se fosse quatro mil já seria excecional, mas 44 mil é um
número absurdamente belo. No mundo inteiro apenas 80 mil pessoas estudam o
português como segunda ou terceira língua, inserida nos currículos oficiais.
No meio de África, perto da Guiné e de Angola, reafirma-se
este estranho e feliz amor à língua portuguesa. Obviamente que é estranho para
nós, portugueses, mas não para os senegaleses, que há mais de cinquenta anos
que têm o português como opção curricular. O investimento, como o amor, é
deles, mas devia servir de exemplo e inspiração para o ministérios da educação,
dos negócios estrangeiros e da cultura de Portugal.
Levar a nossa língua a países como a China, a Bulgária, a
Polónia, a Roménia, a Hungria, a Rússia ou a Croácia é dos melhores
investimentos que podemos fazer no estrangeiro. Quem conhece a língua fica a
saber a História, a cultura, os costumes. Rapidamente, essa semente se
multiplicará e em poucos anos teremos mais gente pouco óbvia a interessar-se
pelo português.
Foi uma semente semelhante, deixada a meio do século XX em
Dakar, que produziu este intenso amor em 44 mil alunos senegaleses, que sabem
quem é Camões, Torga, Vasco da Gama, Sophia de Mello Breyner.
Obviamente que não devemos descurar a nossa obrigação:
levar o português onde estão as comunidades portuguesas (EUA, França, Alemanha,
Suíça) e onde o português é língua oficial (Angola, Guiné, Moçambique, São
Tomé, Cabo Verde, Timor) assim como à Guiné Equatorial. N entanto,
paralelamente não podemos descurar o investimento, porque histórias como a do
Senegal provam que ele produz frutos. A própria CPLP têm aqui uma bela fonte
de inspiração para a sua ação.
Talvez um dia destes comece a ser chique falar português.
Ia ter a sua graça…
Gabriel Vilas Boas
Sem comentários:
Enviar um comentário