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sábado, 12 de novembro de 2016

O PROFESSOR-MOCHO


O professor-mocho não é sensível como o professor-pomba nem dominante como o professor-águia. A palavra que melhor o define é… consciencioso.
O professor-mocho é profundamente analítico; gosta de ver e rever tudo com muita atenção, porque dá imensa importância ao rigor, à qualidade, ao detalhe.
As suas aulas acontecem a um ritmo moderado, pois para ele o importante não é a rapidez nem o resultado imediato, mas a sistematização dos conhecimentos assim como a fundamentação das opiniões.
O professor-mocho é um formalista. Não se enfurece como o professor-águia, mas uma relação afetuosa, como aquela que promove o professor-pomba, está fora de hipótese. Abraços e beijos é um tema difícil para o professor-mocho.
Este professor está constantemente a apelar para a atenção, o rigor, a concentração dos seus alunos.


O grande problema do professor-mocho é a pouca flexibilidade, que o impede de retirar o melhor dos alunos de pensamento livre. Este tipo de professor também pode limitar ou marginalizar um ambiente de trabalho divertido, onde, por exemplo, o professor-papagaio se sente como peixe na água.


De onde vem todo este formalismo, rigor, consciência? Do medo! A emoção-base do professor-mocho é o medo. O medo de falhar, de não estar preparado ou à altura do desafio. Por isso, se quisermos ver um professor-mocho atrapalhado é desafiá-lo para um improviso. Certamente ele vai recusar, pois o medo de falhar, de não estar à altura dos altos padrões de qualidade que se impõe falará mais alto. Ele precisa de tempo, de um plano, de prever todos os passos com exatidão e rigor.

Numa sala de aulas, para além de professores-mocho também existem alunos-mocho. Saber reconhecê-los, moldá-los ao estilo coletivo sem os violentar nem desrespeitar, aproveitar o que de melhor têm para dar são desafios que cada professor tem de ir ganhando.

A batalha das aulas começa a ser ganha quando conhecemos melhor quer o aluno quer a nós próprios. O sucesso de uma aula passa cada vez mais por melhorar o processo de comunicação. E comunicamos muito melhor quando identificamos corretamente o tipo de professor que somos.  

Gabriel Vilas Boas

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