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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

AMIGOS, AMIGOS, NEGÓCIOS À PARTE


Se há coisa que devemos evitar fazer com amigos é qualquer tipo de negócio! 
O negócio pressupõe o lucro, a vitória sobre um competidor, a tomada de decisões difíceis, a objetividade absoluta; o triunfo da racionalidade sobre as emoções. 
A amizade requer outro tipo de atitude. 

Frequentemente fazer um negócio com um amigo é fazer um mau negócio ou perder um amigo. Saímos sempre a perder. 
No mundo dos negócios, o ideal é não ter amigos, porque os amigos levam-nos para uma dimensão afetiva que atrapalha os negócios. Não vale a pena desfazer uma amizade por causa de um negócio, por isso devemos evitar trabalhar com aqueles que amamos. 

É bem mais difícil tomar uma decisão racional contra aqueles de quem gostamos; é horrível criticar duramente determinado trabalho executado pelo nosso melhor amigo, quando este veste o papel de sócio; é constrangedor ter que emendar a decisão profissional de uma filha sempre que isso se impõe. 

É possível fazer bons negócios entre amigos? É! É possível dois amigos executarem um parceria económica de sucesso? É, mas a exigência é muito maior. Em cada decisão, em cada atitude, em cada negócio joga-se não apenas o futuro do negócio como o da amizade. Algum dia, algum negócio há de correr mal, porque houve uma má decisão de um dos sócios ou porque alguém insistiu numa solução infeliz. Como sobrevive uma amizade quando o negócio momentaneamente a suplantou? 

Por outro lado, os negócios despertam características de personalidade desconhecidas nos nossos amigos, algumas delas até detestáveis para eles. «Não sabia que eras capaz de fazer isso!» O escrúpulo, a ferocidade negocial, a humanidade/desumanidade de certas decisões laborais são características de um negociador implacável, mas perfeitamente dispensáveis entre amigos. 

Amizade e negócios são uma combinação problemática. Algumas amizades até podem nascer a partir de um negócio, mas o mais normal é os negócios destruíram muitas amizades. 
Gabriel Vilas Boas

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