Para uns a humildade é um ato de inteligência, para outros
uma maneira de estar na vida, outros ainda acham-na um acessório dispensável; para muitos
um exercício difícil.
A meio da tarde de hoje, pensei nela em confronto com a…
ignorância. E rapidamente percebi como o exercício sobe de nível de exigência.
A ignorância veste vários fatos: o desconhecimento, a
presunção, o atrevimento, o desprezo, a falta de reconhecimento, a pobreza de
espírito. Como nos mantermos humildes perante alguns destes cenários? Como
continuar a ver o nosso conhecimento em perspetiva e manter uma atitude de
sábia humildade?
Pressinto que seja bem mais difícil, até porque a ignorância
provoca muitos dos nossos instintos mais básicos e deprimentes.
Por outro lado, a ignorância alheia facilmente faz-nos esquecer como é relativo o nosso conhecimento. Em pouco tempo achamos que
somos, temos ou sabemos mais, o que não é verdade. Com facilidade a ignorância dos
outros nos conduz à soberba ou ao relaxamento ou então aquela detestável
peninha dos outros que tanto nos apouca.
A ignorância é um desafio à nossa humildade. Provoca-a,
testa-a, fá-la crescer ou desaparecer.
E se não existir humildade mas antes vaidade, o que poderá
fazer contra ela a ignorância? Fá-la-á inchar até rebentar.
Gabriel Vilas Boas
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