Iniciado o estudo de uma obra de leitura obrigatória, há
duas aulas, um professor e uma turma de 9.ºano viram-se com um problema
inesperado: os livros requisitados na Biblioteca, com 48 horas de antecedência,
foram levados, por outro professor, para outra escola do agrupamento.
Surpreendido por este imprevisto, o professor vê grande
parte da sua planificação de aula abortada pela inexistência física da obra em
estudo. Gera-se um impasse; os alunos lamentam a descortesia de que foram
vítimas, o professor decide inovar e pergunta:
«Trouxeram os vossos telemóveis?»
A escola proibira o uso dos telemóveis e os alunos
acanharam-se na resposta, mas rapidamente perceberam a intenção do professor e
timidamente lá fora respondendo «Sim, trouxe!»
Em poucos minutos, todos os alunos da turma tinham ligado
os seus smartphones à net, acedido à versão online da obra e retomado a leitura
orientada da mesma.
Os telemóveis são uma ferramenta dos nossos dias. Nem diabo
nem remédio santo, apenas uma ferramenta que pode ser usada por professores e
alunos, com inteligência e parcimónia.
Os professores não devem desprezar ou proibir aquilo que
dominam mal ou têm receio de ser usado como fator desestabilizador ou causador
de problemas.
A proibição do uso do telemóvel pelos alunos não afasta
este aparelho do recinto escolar nem devemos encarar o uso do telemóvel na
escola segundo aquele prisma “Se não consegues vencê-lo, justa-te a ele!”, porque
não é disso que se trata. O telemóvel, por si só, não é mau nem bom, mas tem
enormes potencialidades escolares, a começar pela enorme “estima” que cada
aluno tem pelo seu.
Há imensas tarefas escolares/exercícios de aplicação de
conhecimentos que os alunos podem fazer no telemóvel. Apesar de muito custar
aos professores admiti-lo, o simples uso do telemóvel motivaria muitíssimo os
alunos.
Claro que é difícil monitorizar um uso adequado do
telemóvel se não o sabemos usar, mas esse não é um problema dos alunos. Provavelmente,
eles diriam com inegável gozo:
«O professor não se dá com o telemóvel? Tem que estudar
mais; fazer os trabalhos de casa que lhe recomendei; ser persistente; não
desistir à primeira dificuldade.»
Gabriel Vilas Boas
Concordo plenamente.
ResponderEliminarAcho ridículo haverem escolas a proibir o uso de telemóveis.....
Tem é de haver uma utilização responsável e até pedagógica.
Eu uso por vezes para avaliar os alunos com ferramentas como o Khaoot.it (https://create.kahoot.it/#login?next=)
ResponderEliminarou o Quizizz (https://quizizz.com/)https://setepecadosimortais.blogspot.com/logout?d=https://www.blogger.com/logout-redirect.g?blogID%3D357750665312024987%26postID%3D3608124010447042000
Eu concordo com a utilização dos telemóveis ou tablets dentro da sala de aula, para fins pedagógicos exclusivamente. Mas antes disso é necessário haver uma consciencialização de toda a comunidade escolar para tal. Também não entendo, porque é que nos dias de hoje, é necessário os alunos andarem com as pastas carregadissimas com os manuais escolares. Os manuais deviam ficar em casa para os alunos estudarem e nas aulas o professor deveria recorrer às tecnologias que tem ao seu dispor. Não sabe usar. Tem que fazer formação para aprender.
ResponderEliminarJá fiz o mesmo e resultou muito bem. Os alunos têm é de saber distinguir o momento pedagógico do momento de lazer. O facto de se utilizar, por vezes, esta ferramenta pode até ser um incentivo para outras leituras em casa que não se fari porque não há livros.
ResponderEliminarEu acho que eles até lêem imenso nos telemóveis. Não sei é se lêem o pretendido, se calhar estão a ler os 200 sms dos últimos 5mins... Assim, podem poupar tempo e lê-los durante as aulas.
ResponderEliminarÀ semelhança do que já foi feito em mandatos anteriores, talvez até se pudesse incluir a categoria "sms" nos textos a analisar e interpretar nas aulas, juntamente com os famosos regulamentos de concursos televisivos que ensinam que a privacidade é uma coisa "vendável para espectáculo", ou as aclamadas "notícias" do correio da manhã, jornal com maior tiragem em Portugal, etc etc
Curiosamente, os tipos que tanto dinheiro ganham a vender estas maravilhas da tecnologia pagam fortunas para terem os filhos deles em escolas onde estão não há telemóveis, nem tablets... enfim.
Curiosamente, estava a falar isso hoje à noite, com uns colegas meus que também são professores.
ResponderEliminarEu não sou professor, nem tenho nenhuma licenciatura, mas sou um curioso na Informática que nunca teve oportunidade de provar as habilidades numa empresa e continua no desemprego aos 39 anos.
Em relação a este post que eu achei o máximo, posso dizer que deveria ser mesmo obrigatório o uso de telemóvel nas salas de aula. Mais digo, uma vez que há telefones Android mais baratos do que calculadoras, deveria ser debatido na Assembleia da República para que fosse criada uma calculadora gráfica para sistemas operativos Android. Uniformizava-se essa app e todos ficariam com a mesma calculadora a nível nacional.
Mas os recursos de um telemóvel Android não acabam por aí, pois é possível consultar a Web (Internet) em segundos, para auxiliar o/a professor/a, em pesquisas bibliográficas, por exemplo.
Para os alunos mais esquecidos, para aqueles que não conseguem tirar apontamentos pois perdem a atenção da aula, é uma boa ferramenta, para filmar a aula ou gravar apenas o aúdio da aula, levar para casa e rever a aula toda. No meu caso, sofri muito quando estava nas aulas, pois ou tirava apontamentos ou ficava atento à aula. Ainda hoje não consigo tirar apontamentos à "antiga", porém se for com um computador já consigo.
Mas isso é o meu ponto de vista em relação ao uso de telemóveis na sala de aula.
Para finalizar, quero frisar que existe ainda um longo percurso da Educação no uso das ferramentas de TI. E culpa disso são os professores que não estão para se chatear.