Como todos sabemos, os luxos são caros (por vezes demasiado
caros) e quase sempre desnecessários; mesmo assim, alguns são uma tentação.
Vivemos numa sociedade de comunicação muito centrada no Eu.
Talvez por isso abusemos de dois comportamentos cada vez mais insuportáveis
para o Outro: o lamento e a crítica.
Fazer de Calimero produz cada vez menos
efeito, ou melhor, produz um efeito contrário: afasta até aqueles que
pensávamos ser a solução dos nossos problemas.
Fazer o papel de crítico
permanente torna-nos insuportáveis, até aos olhos dos mais condescendentes.
Devemos abstermo-nos de lamentos e críticas? Sempre que
possível, sim, ou pelo menos tratar as questões mais problemáticas, em nós e nos
outros, com uma abordagem mais positiva.
Já repararam como catalogamos um profissional do lamento?
Pessoa negativa!
É isso que queremos ser? Um permanente queixinhas da vida,
olhado como um fraco? Lamentar-se tornou-se uma quase inutilidade.
Resta-nos
aplicar o vírus da crítica à doença das queixas.
O contrário também é verdade, podemos começar por lamentar
sinceramente esta tendência tão egocêntrica de criticar tudo o que mexe.
Primeiro, porque está provado que não é com vinagre que se apanham moscas (É
com mel!);depois, porque os Outros, na sua visão muito pessoal dos factos, estão
indisponíveis para aceitar críticas; e, finalmente, porque andam a faltar
alguns justos elogios para emparceirar com as críticas.
Então, como assinalar o que está mal nos outros, sem ser
através da crítica? Uma medida muito eficaz: como gostaríamos que fizessem
connosco! E claro, se o objetivo é “destruir” a autoestima do Outro, o
melhor é mesmo estar calado e quieto.
Não esqueço que vivemos numa mundo egocêntrico, por isso,
devemos fazer isto por nós, pelo nossa saúde mental e física, e não pelos outros.
Talvez assim a “coisa” se torne mais fácil…
P.S. Claro que isto foi uma crítica e um lamento. Também
gosto de luxos.
Gabriel Vilas Boas
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