Talvez. Mas não da maneira que Fidel sonhou, ou seja,
dando-lhe razão política. A minha opinião assemelha-se à de Catarina Martins:
Fidel Castro foi uma figura histórica de grandes feitos e de grandes erros.
Concordemos ou não com a ideologia da revolução cubana, ela
teve toda a legitimidade, porque assentou na vontade popular e, quando assim é
não há como não louvar quem a corporiza.
Fidel não era
um romântico como Che, no entanto tinha a determinação e a coragem dos grandes
líderes e nunca se vergou perante a força económica dos EUA. Fê-lo por
convicção e orgulho e acho que fez bem. Não podem ser os outros a decidir que
caminho é melhor para nós.
Fidel também esteve bem ao definir a educação e a saúde como pilares básicos da sociedade cubana, fornecendo aos seus compatriotas melhor saúde pública que muitos americanos. Talvez não fosse má ideia Donald Trump tentar explicar por que razão a maior dos cubanos ainda hoje tem um sistema de saúde público e universal bem melhor que muitos milhões de norte-americanos.
Fidel também esteve bem ao definir a educação e a saúde como pilares básicos da sociedade cubana, fornecendo aos seus compatriotas melhor saúde pública que muitos americanos. Talvez não fosse má ideia Donald Trump tentar explicar por que razão a maior dos cubanos ainda hoje tem um sistema de saúde público e universal bem melhor que muitos milhões de norte-americanos.
Ao lado de
coisas boas e corajosas, Fidel fez outras muito negativas e fê-lo
conscientemente, o que não tem perdão.
Começo pelo
erro mais óbvio e mais perdoável: a ideologia. Estava errada, como viria a ser
provado um pouco por todo o mundo, mas Fidel persistiu nela estupidamente.
Depois há os erros indesculpáveis: acabar com uma ditadura para impor outra, não permitir a iniciativa privada, não deixar que os cubanos pudesse sair livremente do seu país, não abrir a economia, atirando o povo para a indigência, perseguir a assassinar os seus opositores.
Ideologicamente talvez Fidel
obtenha a absolvição, porque o comunismo foi um modelo económico e social
falhado como o foi o neoliberalismo, mas não consigo absolvê-lo da opressão que
impôs aos seus compatriotas, não consigo perdoar-lhe as mortes, as décadas de
separação que impôs a muitas famílias, a miséria a que condenou os cubanos,
apenas por teimosia.
GAVB
GAVB
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