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sábado, 26 de novembro de 2016

A HISTÓRIA ABSOLVÊ-LO-Á?


Talvez. Mas não da maneira que Fidel sonhou, ou seja, dando-lhe razão política. A minha opinião assemelha-se à de Catarina Martins: Fidel Castro foi uma figura histórica de grandes feitos e de grandes erros.
Concordemos ou não com a ideologia da revolução cubana, ela teve toda a legitimidade, porque assentou na vontade popular e, quando assim é não há como não louvar quem a corporiza.
         Fidel não era um romântico como Che, no entanto tinha a determinação e a coragem dos grandes líderes e nunca se vergou perante a força económica dos EUA. Fê-lo por convicção e orgulho e acho que fez bem. Não podem ser os outros a decidir que caminho é melhor para nós. 
Fidel também esteve bem ao definir a educação e a saúde como pilares básicos da sociedade cubana, fornecendo aos seus compatriotas melhor saúde pública que muitos americanos. Talvez não fosse má ideia Donald Trump tentar explicar por que razão a maior dos cubanos ainda hoje tem um sistema de saúde público e universal bem melhor que muitos milhões de norte-americanos.
         
Ao lado de coisas boas e corajosas, Fidel fez outras muito negativas e fê-lo conscientemente, o que não tem perdão.
         Começo pelo erro mais óbvio e mais perdoável: a ideologia. Estava errada, como viria a ser provado um pouco por todo o mundo, mas Fidel persistiu nela estupidamente.
         
Depois há os erros indesculpáveis: acabar com uma ditadura para impor outra, não permitir a iniciativa privada, não deixar que os cubanos pudesse sair livremente do seu país, não abrir a economia, atirando o povo para a indigência, perseguir a assassinar os seus opositores.
Ideologicamente talvez Fidel obtenha a absolvição, porque o comunismo foi um modelo económico e social falhado como o foi o neoliberalismo, mas não consigo absolvê-lo da opressão que impôs aos seus compatriotas, não consigo perdoar-lhe as mortes, as décadas de separação que impôs a muitas famílias, a miséria a que condenou os cubanos, apenas por teimosia. 
GAVB

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