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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O DIA EM QUE AS MULHERES COMEÇARAM A VOTAR

A Nova Zelândia foi o primeiro país do mundo em que as mulheres votaram em eleições gerais, quando o sufrágio universal foi garantido a todas as mulheres maiores de 21 anos, incluindo as indígenas maoris. Aconteceu há pouco mais de 120 anos, no dia 28 de Novembro de 1893, mais de um século depois da revolução francesa!
Kate Sheppard (líder histórica do Temperance Union) tinha organizado uma petição nacional a pedir o voto das mulheres nas eleições, mas apenas um quarto do potencial eleitorado feminino assinou a petição, o que diz bem do desinteresse das mulheres por um dos seus direitos mais básicos ou então como o julgavam inalcançável.


A eleição daquele dia de Novembro de 1893 foi um marco na cidadania mundial, sendo descrita por um jornal local como a eleição “mais bem conduzida e ordeira realizada no país”. Ganhou o partido liberal, chefiado por Richard Seddon, mas isso tem pouca relevância. O que ficou para a história foi este enorme passo dado por um país da Oceânia, onde Kate Sheppard ganhou honras de figurar esfingicamente nas notas de 10 dólares neozelandesas, o que ainda hoje acontece.
Este feito é ainda mais assinalável se tivermos em consideração que só no século XX, as mulheres ingleses (1928) e norte-americanas (1920) alcançaram o mesmo direito.
Nos últimos cem anos as mulheres conseguiram uma aproximação assinalável dos seus direitos aos dos homens, todavia, hoje, em muitos pontos do mundo, muitas mulheres não percebem o alcance do que foi conseguido nem conseguem apreender aquilo que as mulheres há cerca de cem anos não tinham.
É bom lembrar a História, porque há muitos pontos no globo onde ainda não se escreveu nem fez História e a luta pelos mais elementares direitos das mulheres, como o direito ao voto, ainda faz todo o sentido.
Gabriel Vilas Boas  

terça-feira, 27 de setembro de 2016

A LONGA MARCHA SAUDITA PARA A IGUALDADE DE GÉNERO




Quase quinze mil sauditas pediram ao rei Salman o fim do sistema de tutela das mulheres, que as obriga a pedir autorização a um homem para estudar, casar, trabalhar ou sair do país.
Na Arábia Saudita as mulheres não são tratadas como cidadãs de pleno direito, submetendo-se por completo a leis indignas que as aproximam muito mais da escravidão do que da cidadania.
Num dos países mais ricos e influentes do mundo, as mulheres estão proibidas de conduzir e têm sempre de ter um elemento masculino (pai, irmão, marido, tio) que as tutele, para realizar coisas tão simples como exercer uma profissão, viajar, frequentar uma escola.
A petição, que ainda não foi aceite pelo rei, pede coisas elementares, mas que para as mulheres sauditas serão grandes conquistas. Também seriam para qualquer mulher de outra nacionalidade, porque qualquer dos elementos que definem a dignidade humana é essencial.

Estas quinze mil pessoas que tiveram a coragem de assinar esta petição querem continuar a dar força a uma lenta mudança de mentalidades naquele país do médio oriente. Em 2011, as mulheres sauditas puderam votar pela primeira vez em eleições municipais. Agora, com esta petição, esperam que o rei comece por definir a partir de que idade a mulher é considerada adulta e, por consequência, responsável pelos seus atos.
Será uma luta longa, porque a mentalidade machista do mundo árabe é das ervas daninhas mais resistente da humanidade, mas uma luta a que outros povos se podem associar, tornando o sofrimento e humilhação destas muçulmanas o mais breve possível. As opiniões públicas dos países mais poderosos têm a obrigação de pressionar os seus governos a não negociar com os dirigentes sauditas. Bem sei que a Arábia Saudita é um dos maiores produtores de petróleo a nível mundial, um país riquíssimo, capaz de aguentar um embargo por longo tempo, mas a força de um país como os EUA, por exemplo, também se mede na forma como lida com ditadores deste calibre.
Agora que estamos em campanha eleitoral para as eleições presidenciais americanas, seria bom que a senhora Clinton dissesse qual será a sua posição política, como possível próxima presidente dos EUA, se a Arábia Saudita continuar a tratar as mulheres como cidadãs de segunda, na absoluta dependência dos apetites dos homens.

Gabriel Vilas Boas