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domingo, 27 de janeiro de 2019

JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE 2022 SERÃO EM PORTUGAL

É uma grande notícia para Portugal. 
Poder receber mais de um milhão de jovens de todo o mundo, muitos deles acompanhados das suas famílias, vê-los em interação com o papa Francisco, perceber o seu compromisso com causas tão nobres e fundamentais como a paz, a tolerância, o respeito pelo ambiente é um privilégio, não apenas para Lisboa, mas para todo o país.

Mais do que um país que está na moda, Portugal tornou-se um país que muitos querem conhecer e a quem é reconhecida capacidade organizativa para grandes eventos. Atrevo-me a pensar que os estrangeiros nos têm em melhor conta do que nós próprios. Ainda bem.


Mais do que voltar a ter o papa Francisco em Portugal, é ter um segmento fundamental da juventude mundial em território nacional, para refletir sobre algo que ultrapassa a própria Igreja Católica, porque a paz, a tolerância, o respeito pelo próximo e pelo ambiente dizem respeito a todos, interessam a todos. 
Se o caminho até 2022 for feito de modo exemplar, os próximos três anos serão a grande oportunidade da Igreja portuguesa tentar reconquistar a juventude e afirmar a relevância da sua mensagem na sociedade portuguesa.
E como a nossa sociedade precisa de um choque vitamíco de juventude com valores, ideias, ação e coragem!


Gabriel Vilas Boas


sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

EXPOSIÇÃO DE BANKSY NO PORTO E EM LISBOA



A exposição “Banksy’s, Dismaland and Others” vai chegar a Portugal dentro de pouco dias. A abertura está marcada para o dia 19 de janeiro, na Alfândega do Porto, e irá seguir viagem para Lisboa, em local ainda a designar. 

A exposição não tem carácter oficial (ou não estivéssemos a falar do misterioso Banksy) e é organizada por Barry Cawston, que muitos julgam ser o fotógrafo de Banksy, mas que apenas se assume como divulgador as suas obras através das fotografias. 

'Banksy, Dismaland and Others' by Barry Cawston é uma exposição poderosa e que atrairá, por certo, muitos curiosos. Através dela será possível viajar através do polémico e misterioso trabalho de um artista, que, há mais de 25 anos, usa a sua arte para questionar os valores da sociedade e que chega, agora, e pela primeira vez, a Portugal. 

Para além das fotografias de Barry Cawston, a exposição vai ainda integrar uma série de trabalhos de jovens artistas portugueses, servindo também como rampa de lançamento de novos nomes do universo da arte urbana.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

ROBLES QUERIA GANHAR UNS COBRES, MAS O BLOCO CONGELOU-LHE OS LUCROS


A estupidez do ser humano não para de me surpreender. 
Então Ricardo Robles, o mediático vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa, foi apanhado numa enorme contradição entre aquilo que diz e aquilo que faz? 
Parece que sim! Anda o Bloco, com Robles à cabeça, a gritar contra os despejos ilegais e desumanos que os lisboetas são alvo, por causa da bolsa a céu a aberto em que a Lisboa turística se tornou, fazendo com que haja freguesias onde 25% das casas já estejam alocadas ao alojamento local, quando uma das suas principais figuras é apanhada a tentar concretizar, em proveito próprio, um negócio altamente lucrativo de especulativo.

Quero lá saber se o negócio é 100% legal. A verdade é que ele é (foi) 100% imoral. Robles e a irmã investiram 400 mil euros na compra à Segurança Social de um imóvel degradado, em Alfama (Lisboa). Depois de pedido quase um milhão de euros à Caixa Geral de Depósitos (para que a coisa fosse como manda o código de estilo do Bloco), o prédio ficou pronto para venda e o vereador da Câmara de Lisboa, em conjunto com a sua irmã, pedem 5,7 milhões de euros, pelo empreendimento. 
Robles não fez nada de ilegal, mas obviamente não é disso que é acusado. O que o acusam, e com razão, é de hipocrisia no discurso político.

Robles quis ganhar muito dinheiro como o querem muitos daqueles que ele ridiculariza moralmente na arena política. Ficou muito pior na fotografia do que eles, porque esses especuladores assumidos dizem logo ao que vêm, já Robles revela-se um perfeito enganador. 

Robles traiu a ideologia do Bloco e minou a sua acção política. Não merece continuar a representar o partido e deve ser ele a apresentar a demissão, antes que alguém tenha que a impor, como já tiveram de o mandar retirar o imóvel do mercado. 
O prédio não está no mercado, mas esteve. O projeto de Robles e da irmã sempre foi o de ganhar dinheiro... muito dinheiro. Por isso fizeram obras, por isso coloram  o prédio numa imobiliária. Foram apanhados como era óbvio que o seriam. 
Robles já não se pode limpar politicamente, mas pode fazer um favor ao Bloco tomando duas iniciativas: demitir-se de todos os cargos públicos que exerce em representação do partido e pôr o imóvel unicamente disponível para arrendamento, a custos controlados, para jovens com emprego na capital.
Gabriel Araújo

terça-feira, 22 de novembro de 2016

COSTA ANDA A PÔR AS CONTAS DA CÂMARA DE LISBOA NOS “CARRIS”


Paulatinamente, sem fazer muito alarido, António Costa anda a limpar a enorme dívida da Câmara Municipal de Lisboa (CML) à custa do governo.
Primeiro, “obrigou” o governo de Passos Coelho a comprar por 286 milhões de euros os terrenos do aeroporto de Lisboa, quando o anterior governo pretendia privatizar a ANA; agora dá, numa bandeja de prata, a gestão da Carris ao seu anterior «vice» e futuro candidato à CML, Fernando Medina, responsabilizando o Estado central pela monstruosa dívida de 813 milhões de euros.


Quando saiu da CML, Costa deixou a Medina capacidade de endividamento de 300 milhões para Medina gastar como lhe aprouvesse; a poucos meses das eleições assume a dívida da Carris, mas deixa a gestão ao amigo Fernando Medina, para este poder dar os presentes de Natal que quiser aos lisboetas. E Medina não se faz rogado: viagens de autocarro grátis até aos 12 anos, os idosos passam a pagar praticamente metade do que pagavam (de 26,75 euros para 15 euros); renovação de frota; aumento de funcionários; investimento de 60 milhões de euros em três anos. E onde vai Medina buscar este dinheiro, havendo uma expectável baixa de receitas? À capacidade de endividamento que Costa lhe deixou em herança; à isenção de pagamento dos juros da dívida da Carris.

Em poucos anos, A CML vai voltar a ter a dívida que tinha antes do governo lhe comprar os terrenos do aeroporto e nessa altura ninguém se lembrará que a CML (e quem a governou) durante esta década estoirou trezentos milhões de euros em obras de embelezamento e investimento eleitoral do PS & limitada.
Entretanto, o PSD anda à procura de candidato, Assunção não reage e Costa vai ajeitando a vida do governo, da CML, do PS e dos amigos.

Gabriel Vilas Boas

quinta-feira, 17 de março de 2016

A ESTAÇÃO DE METRO DO CAIS DO SODRÉ, Nuno Teotónio Pereira & Pedro Botelho


A estação do metro do Cais do Sodré, em Lisboa, é uma das obras mais conhecidas do arquiteto Nuno Teotónio Pereira, recentemente falecido. Projetada em conjunto com Pedro Botelho, com a estação do cais do Sodré, Nuno Teotónio Pereira regressa à eloquência construtiva que marcou os seus projetos dos anos sessenta e setenta do século XX. Há como que um regresso à contenção austera dos valores do espaço, reforçando a confiança plástica no betão e no uso parcimonioso, retórico e focalizado do azulejo, onde vemos a assinatura de António Dacosta e Pedro Morais.

A arquitetura retoma aqui um valor discursivo e autorreferenciado nas potencialidades formais da estrutura. Esta estação de metro faz-se numa espécie de contraposição que permite questionar as obras de renovação das estações de metropolitano de Lisboa durante o final do século XX, as quais aniquilaram os vestígios modernos do traço original, apagando património arquitetónico.
A estação de metro do Cais do Sodré desenvolve-se em três níveis de plataformas (átrio, grande nave e cais de embarque), numa conquista contínua do subsolo da cidade.
A natureza subterrânea do programa arquitetónico de Teotónio Pereira amplia a tonalidade artificial do espaço observado no seu desígnio de contentor enterrado: da luz da cidade transita-se para um poço de escadas mecânicas, onde domina a claridade das lâmpadas elétricas.

O significado de “passagem” ou “estar em trânsito” faz-se ampliando literalmente o sentido de “travelling”. A alteração das perceções sensoriais da visão é acompanhada por sobressaltos motores impostos por uma sequência de circunstâncias “operacionais” que modificam a cadência do movimento: escadas rolantes, escadarias, galerias de nível, passadiços mecânicos.
Na grande nave intermédia, as coordenadas concretas da realidade exterior são desfeitas. A água que escorre na parede-fonte de azulejos serve para aumentar a vertigem de uma realidade recriada.

No cais de embarque há um admirável mundo-novo, não natural, cheio de elementos artificiais: vigas aéreas, luzes suspensas, carris. A dominar esse mundo recriado figura um extenso painel de azulejos que, numa repetição minimal do tema do coelho “apressado”, é uma metáfora bem-disposta e certeira da rotina contemporânea de milhares de lisboetas.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PALÁCIO DE S. BENTO



  É a casa da democracia portuguesa! O Palácio de S. Bento, nome familiar à generalidade dos portugueses, começou por ser conhecido por Palácio das Cortes, mas as suas raízes são eclesiásticas, pois o sítio onde hoje se fazem, discutem e aprovam leis, foi Convento de S. Bento.
   A nossa atual Assembleia da República fica na Lapa, freguesia lisboeta onde alguma elite vive, e começou a ser construída no século XVI, mas só ficou com as formas atuais no… século XX!
   Trata-se duma arquitetura maneirista e barroca, cujas origens remontam a 1598, data da fundação e início da construção de um convento da Ordem de S. Bento. 



    Em 1757, por causa do terramoto de 1755, o arquivo nacional mudou-se para o Palácio das Cortes e aquilo que estava na torre do Tombo passou a ficar preso na Lapa. Já no século XIX (1834), por decreto de D. Pedro IV, as Cortes (Câmara dos Pares e dos Deputados) passaram a funcionar no edifício do antigo Convento de S. Bento da Saúde, entretanto desocupado pela extinção das ordens religiosas. 
    Em 1895, um violento incêndio destruiu a Câmara dos Deputados, tendo os parlamentares sido instalados na Academia das Ciências e regressado a S. Bento sete anos mais tarde.
    Mas que edifício é este que tanto impressiona pela sua imponência quem o vê de fora e o visita por dentro?
  O Palácio de S. Bento tem planta quadrangular, de volumetria cúbica, com cobertura efetuada por telhados a duas e três águas. O edifício apresenta-se estruturado em quatro andares, ritmado por pilastras e janelas, sendo as do último piso em sacada com balaústres, exibindo alternadamente frontões angulares e curvos.



    A sul, podemos observar o alçado principal que se organiza em três corpos, destacando-se, obviamente, o corpo central, ao qual se acede por escadaria monumental, bem conhecida de muitos manifestantes… Nessa imponente escadaria é impossível não deslizar o nosso olhar para as quatro estátuas sobre pedestal e cinco arcos de volta perfeita em cantaria.
    Num segundo nível destaca-se uma colunata rematada por frontão triangular, ornado com baixo-relevo. A galeria, donde muitos portugueses se manifestam até serem expulsos, exibe tetos em caixotões de estuque e expressivas pilastras rematadas por capitéis coríntios, a intercalar cinco janelas tripartidas com bandeira segmentar e com emolduramento superior em arquivoltas, sobrepujado por friso ornamentado e painéis.



    Os corpos laterais, em simetria, apresentam piso parcialmente enterrado e a acompanhar o declive do terreno, com cantaria aparelhada em almofada e pequenas quadrangulares emparelhadas.
    Nos dois pisos seguintes, ao mesmo nível que o piso térreo do corpo central, observam-se dois níveis de janelas de peito, todas com bandeira. Separado por cornija, o último andar, apresenta janelas no alinhamento das inferiores, destacando-se as janelas dos extremos dos corpos laterais, sendo as do exterior com bandeira segmentar em arquivoltas, e as do interior com bandeira retangular.  
    Os alçados laterais apresentam o mesmo tipo de estruturação usada nos corpos laterais da fachada principal, mas com algumas variações, como a existência de diferentes sequências ao nível da disposição dos frontões nas janelas do piso superior.



    No último andar, destaca-se a porta principal, delimitada por colunas rematadas por frontão triangular, “embutida” num arco em asa de cesto, que nos conduz a um átrio com escadaria de honra ao piso da galeria.
    No interior, sobressaem a Sala das Sessões da Câmara dos Deputados e ainda a Sala dos Passos Perdidos, a antiga Sala do Senado, o Salão Nobre e o Museu Histórico-bibliográfico.

Este é um palácio de visita obrigatória, pela beleza arquitetónica, pela história a ele associada e, sobretudo, pelo simbolismo que encerra.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O URBANISMO DO SÉCULO XVIII NAS CIDADES DE LISBOA E PORTO





As cidades são feitas de pessoas e das marcas por elas deixadas. Ao observarmos a paisagem urbana, de cidades como Lisboa e Porto, percebemos que ao longo de séculos esta foi sendo objeto de uma dinâmica em que novas marcas foram acrescentadas ou substituíram outras na complexa malha citadina.
No entanto, foi em meados do século XVIII, que estas cidades conheceram uma mudança urbanística e arquitectónica que iria alterar profundamente o seu aspecto. Apesar do Neoclassicismo em Portugal surgir um pouco mais tarde, do no resto da Europa, muito devido à continuidade das ideias absolutistas, este estilo perdurou até ao século XX sustentado pela arquitectura pública e estatal.
Percorrendo as avenidas, ruas e ruelas destas duas cidades portuguesas, verificamos que estas são muito diferentes, quer na questão dos estilos arquitetónicas, quer da própria luz, ou ainda das cores utilizadas nos edifícios, não só da que advém da cor da pedra (granito ou calcário) mas também das cores empregues nos tão típicos azulejos ou mesmo nas fachadas pintadas de cores mais berrantes ou mais pastel.

Analisemos então as duas cidades um pouco mais a fundo, quanto à diferença que estas apresentam no mesmo período da história, Neoclássico, e que é o que ainda hoje as caracteriza, as distingue e as torna tão especiais. 
 Lisboa, depois da destruição originada pelo terramoto de 1755, principiou a reconstrução liderada pelo marquês de Pombal. Surgiu assim o estilo Pombalino, fruto da necessidade e do espírito de iniciativa Português. É um tipo de arquitectura inteligente e muito bem concebida, pois abarca o primeiro sistema anti-sísmico e o primeiro método de construção em grande escala pré-fabricado no mundo. A baixa de Lisboa está construída sobre uma verdadeira floresta de estacas enterradas e como estão expostas à água, não correm o perigo de apodrecer conservando a sua elasticidade natural.

O aspeto da cidade de Lisboa é completamente modificado. As ruas com aspecto labiríntico de traçado medieval, dão lugar a um traçado rectilíneo e ortogonal. Os espaços tornam-se espaçosos, permitindo condições de iluminação e arejamento até aí inexistentes. A simplicidade é completa e funcional, eliminando tudo o que é supérfluo, incluindo a decoração, impondo uma sobriedade racional, refletindo assim o espírito do iluminismo patente na época e um forte carácter neoclássico, ainda sem ordens arquitectónicas clássicas, mas submetendo o acessório à razão.



O “Neoclassicismo Lisboeta” é mais tardio que no Porto devido sobretudo à influência que a “Escola de Mafra” teve neste território e também podemos dizer que este estilo se diferencia do do Porto, quer pela data quer pela origem das suas influências. Lisboa recebe influências italianas, da antiga Roma imperial, devido ao gosto dominante na corte portuguesa e da ligação dos bolseiros e artistas italianos que viviam na capital.

No Porto, a segunda metade do século XVIII trouxe novas transformações urbanísticas e arquitectónicas que vão alterar profundamente o aspecto da cidade. Foram causas determinantes para o aparecimento desta nova fase, o aumento rápido da população e da atividade mercantil, sobretudo do vinho do Porto, e ainda a nomeação de João de Almada e Melo como comandante militar.
 O plano urbanístico de João de Almada para a cidade do Porto, um dos primeiros planos de conjunto a aparecer na Europa, pretendia renovar a cidade antiga e ordenar o crescimento para fora da muralha Fernandina. Foi incrementada uma concepção mais racional da cidade, defendendo aspectos como a luz, a higiene e a salubridade. Conforme estes novos conceitos urbanísticos as construções deviam submeter-se a planos rigorosos em que se favorecia o conjunto arquitectónico e não o edifício isolado. A planta das novas ruas era acompanhado pelo desenho dos alçados a edificar. Estas áreas constituem, ainda hoje, paradigma de coerência e equilíbrio na relação rua-conjunto edificado.


A segunda metade do século XVIII foi também a época da construção de grandes edifícios exemplares da arquitetura neoclássica de influência inglesa, que se prolongaria ainda pelo século XIX.
Podemos então concluir que a cidade do Porto, em resultado da importante comunidade britânica, desenvolve edifícios de forte influência inglesa, por vezes quase “palladianos” (Andrea Palladio arquiteto italiano renascentista/maneirismo).
No entanto o forte carácter funcionalista é uma das características comuns entre os dois polos.



Teresa Beyer

sábado, 24 de maio de 2014

CHAMPIONS LEAGUE IN LISBON



Dez anos depois a magia do melhor futebol europeu regressou a Lisboa. Há dez anos atrás foi o EURO 2004, com essa tragédia grega na final que Portugal devia ter ganho, depois daquele jogo memorável contra Inglaterra em que vencemos nos penaltis. Agora é a final da Champions League entre duas equipas espanholas: o Real Madrid e o Atlético de Madrid.
As duas equipas mais importantes de Madrid procuram a glória futebolística em… Lisboa. Os adeptos madrilenos trouxeram para a capital portuguesa a sua paixão pelos seus clubes e pelo futebol. Invadiram Lisboa com as suas cores, a sua alegria e a ilusão de viverem a festa da vitória.
          Durante dois dias os espanhóis encheram os restaurantes e os hotéis da capital portuguesa, pagando generosamente aquilo que a gula dos portugueses quis pedir. A quase tudo disseram que sim. Vieram mais de 100 mil para um recinto onde só cabem 65 mil. Infelizmente, a UEFA guarda cerca de 40% dos bilhetes para amigos e patrocinadores, ignorando os adeptos que tornam este jogo tão irracionalmente apaixonante.
             Os portugueses viveram este jogo de forma especial. Não apenas porque ele se disputava em Lisboa, mas porque no Real Madrid jogam os “nossos” Ronaldo, Fábio Coentrão e Pepe, enquanto do lado do Atleti atua Tiago. O Atlético procurava a sua primeira Champions League, já o Real Madrid tentava ganhar a mítica décima. Dez vitórias na prova mais importante da UEFA confirmavam o Real como o maior clube do mundo.

            O jogo não foi um primor na arte de bem jogar futebol, mas teve tudo o que uma final deve ter: adeptos entusiasmados, equipas a dar o melhor de si, incerteza no resultado até ao fim, uma equipa quase a conseguir levar a taça (Atlético de Madrid), outra a lutar e a conseguir empatar o jogo e forçar assim o prolongamento (Real Madrid). Incerteza, nervos, um golo nos descontos e… mais trinta minutos de jogo. No prolongamento, a equipa de Ronaldo foi mais forte e marcou três golos, vencendo o jogo por 4-1. Ronaldo, mesmo não deslumbrando, como o fez Angel Di Maria, acabou por marcar o golo final.
            O estádio inteiro em delírio aplaudiu os vencedores e honrou os vencidos que lutaram até ao limite das suas forças.  

              A desejada décima vai morar em Madrid. O Clube de Di Stefano, Gento, Puskas, Butragueño, Hugo Sanches, Raul Gonzalez e… Cristiano Ronaldo, o português que os madrilenos veneram, atingia a glória em Lisboa. E não foi porque nos conquistaram. Eles apenas conquistaram a Champions League. Assim podemos beber um copo com eles e alguns até dirão Hala Madri!

Gabriel Vilas Boas