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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PALÁCIO DE S. BENTO



  É a casa da democracia portuguesa! O Palácio de S. Bento, nome familiar à generalidade dos portugueses, começou por ser conhecido por Palácio das Cortes, mas as suas raízes são eclesiásticas, pois o sítio onde hoje se fazem, discutem e aprovam leis, foi Convento de S. Bento.
   A nossa atual Assembleia da República fica na Lapa, freguesia lisboeta onde alguma elite vive, e começou a ser construída no século XVI, mas só ficou com as formas atuais no… século XX!
   Trata-se duma arquitetura maneirista e barroca, cujas origens remontam a 1598, data da fundação e início da construção de um convento da Ordem de S. Bento. 



    Em 1757, por causa do terramoto de 1755, o arquivo nacional mudou-se para o Palácio das Cortes e aquilo que estava na torre do Tombo passou a ficar preso na Lapa. Já no século XIX (1834), por decreto de D. Pedro IV, as Cortes (Câmara dos Pares e dos Deputados) passaram a funcionar no edifício do antigo Convento de S. Bento da Saúde, entretanto desocupado pela extinção das ordens religiosas. 
    Em 1895, um violento incêndio destruiu a Câmara dos Deputados, tendo os parlamentares sido instalados na Academia das Ciências e regressado a S. Bento sete anos mais tarde.
    Mas que edifício é este que tanto impressiona pela sua imponência quem o vê de fora e o visita por dentro?
  O Palácio de S. Bento tem planta quadrangular, de volumetria cúbica, com cobertura efetuada por telhados a duas e três águas. O edifício apresenta-se estruturado em quatro andares, ritmado por pilastras e janelas, sendo as do último piso em sacada com balaústres, exibindo alternadamente frontões angulares e curvos.



    A sul, podemos observar o alçado principal que se organiza em três corpos, destacando-se, obviamente, o corpo central, ao qual se acede por escadaria monumental, bem conhecida de muitos manifestantes… Nessa imponente escadaria é impossível não deslizar o nosso olhar para as quatro estátuas sobre pedestal e cinco arcos de volta perfeita em cantaria.
    Num segundo nível destaca-se uma colunata rematada por frontão triangular, ornado com baixo-relevo. A galeria, donde muitos portugueses se manifestam até serem expulsos, exibe tetos em caixotões de estuque e expressivas pilastras rematadas por capitéis coríntios, a intercalar cinco janelas tripartidas com bandeira segmentar e com emolduramento superior em arquivoltas, sobrepujado por friso ornamentado e painéis.



    Os corpos laterais, em simetria, apresentam piso parcialmente enterrado e a acompanhar o declive do terreno, com cantaria aparelhada em almofada e pequenas quadrangulares emparelhadas.
    Nos dois pisos seguintes, ao mesmo nível que o piso térreo do corpo central, observam-se dois níveis de janelas de peito, todas com bandeira. Separado por cornija, o último andar, apresenta janelas no alinhamento das inferiores, destacando-se as janelas dos extremos dos corpos laterais, sendo as do exterior com bandeira segmentar em arquivoltas, e as do interior com bandeira retangular.  
    Os alçados laterais apresentam o mesmo tipo de estruturação usada nos corpos laterais da fachada principal, mas com algumas variações, como a existência de diferentes sequências ao nível da disposição dos frontões nas janelas do piso superior.



    No último andar, destaca-se a porta principal, delimitada por colunas rematadas por frontão triangular, “embutida” num arco em asa de cesto, que nos conduz a um átrio com escadaria de honra ao piso da galeria.
    No interior, sobressaem a Sala das Sessões da Câmara dos Deputados e ainda a Sala dos Passos Perdidos, a antiga Sala do Senado, o Salão Nobre e o Museu Histórico-bibliográfico.

Este é um palácio de visita obrigatória, pela beleza arquitetónica, pela história a ele associada e, sobretudo, pelo simbolismo que encerra.

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