No dia em que o mundo olhava para a Grécia e para os gregos com incredulidade, por causa da estrondosa vitória da esquerda radical do Syriza, despedia-se da vida um dos cantores gregos mais míticos do século XX: Demis Roussos.
Discretamente, num hospital de Atenas, o cantor de “Forever and ever” e “Goodbye my love, goodbye”, o grego que nasceu em Alexandria, devido ao facto dos pais serem expatriados, encerra definitivamente uma carreira muito bem-sucedida e que marcou a cena musical europeia e americana nos anos setenta do século passado.
Demis Roussos cantou o amor, duma maneira uma tanto ou quanto kitsch, mas que encantou milhões de fãs por toda a europa, que compravam os seus discos e sonhavam histórias românticas ao som da sua música.
Roussos vendeu cerca de 60 milhões de discos, lotou o Maracanã como apenas Frank Sinatra o fizera e não se importava com as críticas, que o acusavam de fazer uma música ultrapassada, onde as baladas delicodoces revelavam influência gregas e árabes, que um europeu do norte absorvia mal, mas um latino adorava.
Apesar de ver a sua música criticada e até depreciada, o grego nunca negou a sua matriz musical, mas soube evoluir.
O baixista e guitarrista dos Idols sabia aproveitar as oportunidades e, quando o vocalista da banda lhe deu uma das raras oportunidades de ser a estrela, Roussos não desperdiçou a dádiva e aplicou toda a imponência e beleza da sua voz de tenor para interpretar “when the man loves a woman”, despertando atenção, entre outros, do seu amigo Vangelis, com quem viria a fazer uma sociedade musical muito profícua para ambos, a partir de 1966. Haveriam de seguir caminhos separados a partir de 1972, mas a fama já estava conquistada e Demis, com as suas longas barbas, o seu peso absurdo e as suas lantejoulas, dava passos decisivos para se afirmar como um dos ícones da música dos anos 70 ao lado dos míticos ABBA.
O baixista e guitarrista dos Idols sabia aproveitar as oportunidades e, quando o vocalista da banda lhe deu uma das raras oportunidades de ser a estrela, Roussos não desperdiçou a dádiva e aplicou toda a imponência e beleza da sua voz de tenor para interpretar “when the man loves a woman”, despertando atenção, entre outros, do seu amigo Vangelis, com quem viria a fazer uma sociedade musical muito profícua para ambos, a partir de 1966. Haveriam de seguir caminhos separados a partir de 1972, mas a fama já estava conquistada e Demis, com as suas longas barbas, o seu peso absurdo e as suas lantejoulas, dava passos decisivos para se afirmar como um dos ícones da música dos anos 70 ao lado dos míticos ABBA.
Com músicas como “Velvet morning”, “My friend the wind” ou “My reason”, Demis conquistava a América de norte a sul e consagrou um estilo que viria a ser algo ridicularizado nas décadas seguintes. Os anos 80 ainda trouxeram algum sucesso, em parceria com Vangelis, ao associar-se à extraordinária banda sonora de “Momentos de Glória”, mas a ideologia musical dos anos 80 e 90 caminhava noutras direções. Roussos adaptou-se, recriando a sua música e trazendo influências árabes, gregas e balcânicas aos seus temas, mas o êxito não seria nada parecido com o da década de 70.
O final do século ditou a sua retirada, para gozar a vida e viver tranquilamente junto ao mar. Fez bem. A vida fora muito generosa com ele e, ontem, os gregos decidiram despedir-se dele chamando novamente a atenção do mundo.
Gabriel Vilas Boas
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