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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A EXPLOSÃO DO VAIVÉM ESPACIAL CHALLENGER


FOI E NUNCA MAIS VOLTOU
Há precisamente vinte e nove anos o projeto espacial da NASA sofria um tiro mortal no seu coração: o vaivém espacial Challenger explodia, matando toda a tripulação e determinado a morte dum projeto que começara a ganhar força uns anos antes mas que em 1986 passava já por algumas dificuldades.
O desastre causou um grande impacto em todo o mundo e enorme consternação nos Estados Unidos, pois os americanos tinham decidido incluir nessa viagem de 28 de janeiro do Challanger, pela primeira vez, um tripulante civil e decidiram, igualmente, transmitir em direto a descolagem do Vaivém.

Pelos piores motivos foi um momento histórico e marcante, pois 37 segundos após a descolagem, uma fuga de combustível fez com que o foguetão que transportava o vaivém se desintegrasse num nuvem de fumo branco. Christa McAuliffe, a primeira civil a ser enviada ao espaço, e os restantes seis tripulantes tiveram morte imediata.
  Com o coração mergulhado em profunda dor, o presidente americano, Ronald Reagan, dirigiu-se ao seu povo com palavras serenas e consolou a nação. Citou John Gillespie Magee e o seu célebre poema “High Flight” que homenageava um aviador, que morrera numa colisão no ar sobre Inglaterra em 1941.

  "Oh, I have slipped the surly bonds of earth,
And danced the skies on laughter-silvered wings;
Sunward I've climbed and joined the tumbling mirth of sun-split clouds -
and done a hundred things You have not dreamed of -
wheeled and soared and swung high in the sunlit silence.
Hovering there I've chased the shouting wind along
and flung my eager craft through footless halls of air.
"Up, up the long delirious burning blue
I've topped the wind-swept heights with easy grace,
where never lark, or even eagle, flew;
and, while with silent, lifting mind I've trod
the high untrespassed sanctity of space,
put out my hand and touched the face of God."


Além disso, Reagan assinalou a coincidência de nesse mesmo dia, 390 anos antes, o grande explorador Francis Darke morrera, no desastre dum navio, ao largo da costa do Panamá, para comparar a dedicação da tripulação do Challanger com a dedicação que Drake devotara aos oceanos. Como Reagan prometera nesse triste 28 de janeiro de 1986, “Nunca os esqueceremos, nem a última vez que os vimos, quando se preparavam para a viagem, e se esgueiravam dos confins da Terra para tocar na face de Deus”.

O povo americano que viveu aquele fatídico dia pode não ter esquecido aquela infortunada tripulação do vaivém Challenger, mas o projeto espacial norte-americano ficou irremediavelmente comprometido. Os americanos tinham já perdido muito do interesse inicial e aquele lançamento de janeiro de 1986 era uma tentativa de atrair público, fundamentar e justificar o investimento no projeto. Infelizmente, foi o canto do cisne dum projeto muito bonito que permitia, entre outras funções, lançar e assegurar a manutenção de satélites.
Gabriel Vilas Boas

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