Há quem diga que podemos escolher o que pensamos, mas não
podemos escolher o que sentimos. Na verdade, acho que nem o que pensamos
podemos escolher.
Se não anestesiarmos a mente e a consciência, os factos são
o que são e não podemos fugir deles. Ignorá-los é uma forma de engano que dura
pouco.
Também é um engano achar que dominamos as emoções, os
sentimentos. São ainda mais poderosos que as razões. Colocar pedras de gelo
sobre eles, reprimi-los, combatê-los, detestá-los não termina com eles. Na
verdade, em muitos casos, apenas os alimenta e lhes dá força.
O que fazer? Aceitá-los, quer as razões quer aos
sentimentos, por mais antagónicos que sejam.
E quando as duas realidades chocam brutalmente? Os opostos
tanto chocam como se atraem, mas o melhor é quando se complementam. Quando
correm um contra o outro, razão e sentimento estafam-se em duas linhas
paralelas, sem nunca se encontrarem, apesar de ser esse o objetivo. Quando
correm um pelo outro, razão e emoção facilmente se cruzam e tornam qualquer
decisão mais confortável.
Todas as grandes decisões exigem instinto, mas não
sobrevivem à irracionalidade. O instinto não se compra no supermercado, mas a
razão pode ser trabalhada, alterada… basta que os factos em análise sejam
diferentes.
O carro perfeito combina a velocidade e a paixão dos
italianos com a perfeição e a segurança na travagem dos alemães. Não podemos
ter os dois? Claro que podemos. O que pensas e o que sentes podem estar de
costas voltadas, mas estão muito longe de ser incompatíveis.
Gabriel Vilas Boas
É por essas e por outras que eu comprei um Mitsubishi...
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