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terça-feira, 4 de outubro de 2016

FAT-TAX: MÁS IDEIAS DA GERINGONÇA PARA GORDOS E GULOSOS


O governo português tem a intenção de criar mais um imposto indireto: aumentar a carga fiscal sobre os produtos de consumo prejudiciais à saúde, ou seja, fast-food, refrigerantes, bebidas energéticas, snacks, doces, chocolates, gelados…
A ideia não deve ter partido do inábil Mário Centeno, mas do malabarista António Costa, que se sustém no poder como uma habilidade tão surpreendente que até Bruxelas, Berlim, o comité central do PC, as guerreiras do BE e o hipócrita-moralista Correio da Manhã andam abismados.
Como é próprio de qualquer geringonça sonsa, o imposto é lançado em forma de ideia-boato, mas a decisão já deve estar tomada, pois a apresentação do Orçamento para 2017 está para breve.

Costa, o nosso primeiro-ministro que diz devolver rendimentos aos pobres, mas ao mesmo tempo se prepara para taxar a comida que os pobres podem comprar, pode não saber muito de economia, mas de política de sobrevivência é mestre.
O líder do governo não fez crescer a economia e não tem como pagar os rebuçados que comprou a crédito para oferecer aos portugueses. E se Passos nos amedrontava com cortes nos salários e nas pensões cada vez que ia a Bruxelas ouvir o sermão do alemão, Costa anuncia-nos impostos indiretos, que procura fazer passar por educativos e de justiça social. Vai taxar o sol, o sal, as casas de férias, as gorduras e os doces. Pelo caminho carrega um bocadinho mais nos impostos sobre os combustíveis e ainda nos vai convencer que é para nos obrigar a andar a pé, pois estamos com excesso de peso.
Costa trata-nos da saúde: comidinha só da saudável; exercício físico obrigatório, de casa para o emprego e do emprego para casa sem precisar de passar pelo ginásio. No final do mês é uma renda em poupança. Ainda lhe havemos de agradecer tanta preocupação com a nossa longevidade. Deve ser por isso que está a pensar em satisfazer o avô Jerónimo, aumentando as reformas mais baixas em trinta cêntimos por dia. Aumentos nunca vistos! Deve dar para meio café, se não aumentar a taxa da cafeína.

É verdade que a Fat-Tax já tinha sido pensada pela dupla Passos-Portas em 2014, mas toda a gente sabe que o CDS não abdica de sobremesas e o PSD adora salgadinhos, além dos jotinhas ainda não terem deixado a coca-cola. A medida não avançou.
Costa falará dos grandes exemplos que nos chegam do norte da Europa, onde a Finlândia taxa a valer os chocolates, os refrigerantes e os gelados e a Hungria, que não quer refugiados… perdão, gente que consome snacks, doces, refrigerantes. Dirá que Hollande não é o cobardolas que se diz, pois já enfrentou a Coca-Cola e prepara-se para arrostar contra a MacDonalds. 
Costa sabe que os media vão acentuar o lado oportunista da medida, mas também sabe que os jornais e as televisões que o odeiam vivem de um moralismo de pacotilha e por isso decidiu ser tão hipócrita como eles.
A medida vai atingir os pobres, que aos fins-de-semana costumam brincar aos ricos nos restaurantes fast-food dos shoppings. Serão eles as principais vítimas da Fat-Tax, a não ser que os ricos magnatas da Coca-Cola, da Macdonalds e da Santini consigam convencer Mário Centeno que ainda é ministro das Finanças. Pouco provável. Costa costuma tratar das coisas sérias do orçamento com a terrível Mariana, a irrequieta Catarina e o camarada Jerónimo. Eles já devem ter decidido que os gordos e os gulosos deixam de ir ao ginásio.

Gabriel Vilas Boas  

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