O outono trouxe um misto de sentimentos aos amantes do cinema. Se “Uma rapariga no Comboio” desiludiu em toda a linha, ficando a léguas daquilo que o livro prometia, o “Inferno” de Tom Hanks cumpre os mínimos sem deslumbrar e por isso não ficará na memória. Há mais de um mês nas salas de cinema, “Snowden” de Oliver Stone é um filme magnífico, mas o público das pipocas não tem paciência para tanta elaboração conspirativa de Oliver Stone e, por isso, a película já se despediu da esmagadora maioria das salas de cinema do país.
Lançado no mercado português há duas semanas, Café Society é um filme de qualidade, que convém ver antes que se vá. Para não variar, tem a marca de um grande cineasta, o octogenário Woody Allen. Allen propõe-nos uma viagem até à Hollywood dos anos 30, quando a grande fábrica dos sonhos começava a consolidar o cinema sonoro.
E por que razão nos leva, Woddy Allen a Hollywood dos anos trinta, sendo ele um amante de Nova Iorque e tão crítico da meca do cinema? Precisamente para estabelecer a diferença entre as duas grandes cidades americanas. Nova Iorque lambia as feridas do crash, Hollywood era a capital do glamour. Allen coloca o nova-iorquino Jesse Eisenberg à procura do sucesso nas paisagens da Califórnia ao mesmo tempo que vai mostrando, com uma ironia quase cruel, o lado negro da fábrica dos sonhos de Hollywood.
A beleza do filme está na maneira como o realizador americano combina na perfeição banda sonora, diálogos, “décors”, reconstituição de época, história, qualidade de interpretação dos atores. Essa mistura certeira de ingredientes cinematográficos apenas está ao alcance de grandes realizadores como Woddy Allen e isso fica bem patente em Café Society.
A beleza do filme está na maneira como o realizador americano combina na perfeição banda sonora, diálogos, “décors”, reconstituição de época, história, qualidade de interpretação dos atores. Essa mistura certeira de ingredientes cinematográficos apenas está ao alcance de grandes realizadores como Woddy Allen e isso fica bem patente em Café Society.
Além da reconstituição nostálgica de um época marcante na história de Hollywood e da dicotomia que o realizador quer estabelecer com a sua amada Nova Iorque, o filme de Woddy Allen permite ao espectador uma viagem reflexiva e melodramática aos encantos e desencantos dos impulsos amorosos. É isso que podemos retirar do envolvimento de Jesse Eisenberg com a secretária Kristen Stewart.
Mas o melhor é passar uma vista de olhos pelo trailer e depois decidir-se por uma escapadela a um cinema perto de si, porque o filme de Allen é de qualidade.
Gabriel Vilas Boas
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