Talvez poucos amarantinos saibam, mas o seu concelho tem
mais de três mil pessoas com deficiência. É um número importante e que
justifica a existência de uma espécie de delegação da Associação Portuguesas de
Deficientes.
A APD - Amarante existe desde de 2008 e desde então procura ajudar
todos os amarantinos com alguma espécie de deficiência. Há muito a fazer e os recursos são
limitados, por isso cada conquista é motivo de alegria e regozijo por parte daqueles
que temporariamente ocupam a direção da APD de Amarante.
Além das dificuldades económicas com que muitas das
famílias das pessoas com deficiência se debatem, Amarante é um território difícil
para um deficiente, onde as barreiras arquitetónicas são a regra e não a
exceção. Pouco são os edifícios, públicos e privados, que foram pensados para
os deficientes. O mais desesperante é que nas últimas décadas pouco
investimento público foi feito para tornar acessíveis certos espaços aos deficientes, que vêem nessas barreiras mais um motivo de exclusão.
Na recente tomada de posse dos órgãos sociais da APD de
Amarante, o seu presidente chamou a atenção do Presidente da Câmara para a
necessidade da autarquia fazer mais por estas pessoas, quase sempre esquecidas
pelos projetos de investimento camarário.
Durante este verão a APD de Amarante empenhou-se a fundo no
Projeto Tampinhas, através do qual angariou fundos para comprar material
necessário para a locomoção de alguns deficientes motores. Além dos vários
membros da direção, estiveram envolvidos nestas atividades muitos jovens do
concelho através do projeto Pré-ocupa-te.
A Associação
presidida por Rosa Lemos presta uma ajuda mais profunda e ampla aos
amarantinos que são portadores de deficiência. Desde logo disponibilizando
informação e legislação aos associados; envidando esforços para inserir social
e profissionalmente estes deficientes, organizando atividades sociais, culturais e
desportivas promotoras do bem-estar físico e psicológico destes cidadãos de Amarante,
estabelecendo protocolos comerciais com algumas entidades que possam prestar
serviços a deficientes, de modo a tornar o seu custo de vida mais acessível.
Consciente de que ainda há muito a fazer, quer ao nível do
apoio financeiro quer ao nível do apoio psicológico, a APD Amarante sabe que o
melhor que a sociedade amarantina pode dar aos seus conterrâneos é fazê-los
sentir-se parte ativa da comunidade: nos cafés, nas repartições públicas, nas ruas
das cidades, nos estabelecimentos comerciais. Um simples ajudar uma cadeira de
rodas a subir um passeio ou a entrar num restaurante, com um sorriso nos lábios, torna o dia de um deficiente bem mais feliz.
Gabriel Vilas Boas
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